ESCOLA DA DIVINA VONTADE-VIGESIMA TERCEIRA SEMANA DE ESTUDOS

 



Novas regras de vida. Jesus lhe indica o novo sistema de vida.

(161) Agora eu continuo narrando de onde eu fiquei, e eis que ele colocou um remédio:
(162) Pela manhã eu fui para comungar, e assim que eu recebi a Jesus, súbito eu lhe disse:
"Senhor meu, olha em que tempestade me encontro, deveria te agradecer porque lhe deste luz ao confessor para me dar a obediência de sofrer, em troca minha natureza o lamenta tanto, que eu mesma fiquei confusa ao me ver tão má. Mas tudo isto é nada, porque Tu que queres o sacrifício me darás também a força. Mas a razão de maior peso em mim é ter que estar tanto tempo sem poder receber no Sacramento, quem poderá resistir sem Ti? Quem me dará força? Onde posso encontrar consolo nas minhas aflições?" E enquanto dizia isto, sentia tais penas no coração por esta separação de Jesus Sacramentado, que chorava copiosamente. Então o Senhor compadeceu-se da minha fraqueza e disse-me:
(163) "Não temas, eu mesmo sustentarei a tua fraqueza, tu não sabes que graças te preparei, por  isso temes tanto. Eu não sou Eu Onipotente? Não posso suprir a privação de me receber no
Sacramento? Por isso ri-te, põe-te como morta em meus braços, faze-te vítima voluntária para me reparar as ofensas, pelos pecadores e para evitar aos homens os merecidos flagelos. E eu dou-te em penhor a minha palavra de não deixar nem um só dia sem vir visitar-te. Até agora tu vieste a Mim, de agora em diante virei Eu a ti. Não estás contente?"
(164) Então eu me resignei à Santa Vontade de Deus, e fui surpreendida por este estado de sofrimentos. Quem pode dizer as graças que o Senhor começou a me dar? É impossível poder
dizer tudo detalhadamente, poderei dizer alguma coisa confusamente, mas por quanto possa e para cumprir a santa obediência que assim o quer, esforçar-me-ei em dizer por quanto me seja
possível.
(165) Lembro-me que desde o início deste estar continuamente na cama, o meu amado Jesus fazia-se ver muito frequentemente, o que não tinha feito no passado. Desde o início me disse que
queria que levasse um novo sistema de vida para dispor-me àquele místico matrimonio que me havia prometido, me dizia:
(166) "Amada de meu coração, te coloquei neste estado a fim de poder vir mais livremente e conversar contigo, olha, te liberei de todas as ocupações externas a fim de que não só a alma, mas
também o corpo esteja a minha disposição, E assim podes estar em contínuo holocausto diante de Mim. Se não te tivesse posto nesta cama, a dever-te a ti os deveres de família e sujeitar-te a outros sacrifícios, não poderia Eu vir tão freqüentemente e te fazer partícipe das ofensas conforme as recebo, no máximo deveria esperar que cumprisse seus deveres, mas agora não, agora ficamos livres, já não há ninguém que nos incomode e que interrompa a nossa conversa, de agora em diante as minhas aflições serão tuas, e as tuas, minhas, os meus sofrimentos teus, e os meus, as minhas consolações tuas, e as tuas; uniremos todas as coisas juntas e tu tomarás interesse das minhas coisas como se fossem tuas, e assim não haverá mais entre nós dois, isto é meu e isto é teu, senão que tudo será comum por ambas as partes.
(167) Sabes como fiz contigo? Como um rei quando quer falar com sua esposa rainha, e esta se encontra com suas damas em outras ocupações. O rei, o que faz? A toma e a leva dentro de seu
quarto, fecha as portas para que ninguém possa entrar a interromper sua conversação e ouvir seus segredos, e assim estando sós se comunicam reciprocamente suas aflições e seus consolos.
Agora, se algum imprudente fosse bater à porta, a gritar atrás dela e não os deixasse gozar em paz sua conversa, o rei não o tomaria a mal? Foi o que eu fiz contigo, e se alguém te quiser distrair deste estado, também me desagradaria".
(168) E ele continuou a dizer-me: "Quero de ti perfeita conformidade com minha Vontade, de tal modo de desfazer tua vontade na minha, desapego absoluto de toda coisa, tanto que tudo o que é terra quero que seja tido por ti como esterco e podridão que dá horror ao só olhá-lo, e isto porque as coisas terrenas, Ainda que não se tivesse apego a elas, só tê-las em torno e olhá-las obscurecem as coisas celestiais e impedem realizar esse matrimonio místico que te prometi. Além disso quero que assim como Eu fui pobre, também me imites na pobreza, deves considerar-te
nesta cama como uma pobrezinha, os pobres se contentam com o que têm, e agradecem-me primeiro a Mim, e logo a seus benfeitores. Assim você aceita-te com o que te é dado, sem pedir
nem isto nem aquilo, porque poderia ser um estorvo em tua mente e com santa indiferença, sem pensar se isso te faria bem ou mal te submeta à vontade dos demais".

2-25
Maio 23, 1899

Jesus brinca e fala do verdadeiro desapego.

(1) Desta vez meu adorável Jesus queria brincar um pouco; vinha, fazia ver que me queria
escutar, mas enquanto me punha a falar, como um raio desaparecia. ¡¡ Oh Deus, que
pena! Enquanto meu coração nadava nesta tristeza amarguíssima da distância de Jesus e
estava quase um pouco inquieto, Jesus voltou de novo dizendo-me:
(2) "O que há, o que há? Mais calma, mais calma! Diga, diga, o que você quer?"
(3) Mas no momento da resposta ele desapareceu. Eu fazia o possível para me acalmar, mas o
que, depois de algum tempo meu coração voltou a não saber dar-se paz sem seu único e só
consolo e talvez mais que antes. Jesus voltando de novo me disse:
(4) "Minha filha, a doçura tem a virtude de fazer mudar a natureza às coisas, sabe converter o
amargo em doce, por isso, mais doce, mais doce".
(5) Mas não me deu tempo de dizer uma só palavra. Assim passei esta manhã.
(6) Depois disto, senti-me fora de mim mesma juntamente com Jesus. Havia muitas pessoas,
que cobiçavam as riquezas, quem a honra, quem a glória e quem até a santidade, e tantas
outras coisas, mas não por Deus, mas para serem consideradas como algo grande pelas
outras criaturas. Jesus dirigindo-se a elas, movendo a cabeça lhes disse:
(7) "Que tolos sois, estais formando a rede para enredar-vos".
(8) Depois, dirigindo-se a mim, disse-me:
(9) "Minha filha, por isso a primeira coisa que tanto recomendo é o desapego de todas as
coisas e até de si mesmo, e quando a alma se despegou de tudo, não tem necessidade de se
fazer força para estar longe de todas as coisas da terra, que por elas mesmas se põem a seu
redor, mas visto que não são levadas em conta, mas bastante desprezadas, dando-lhe um
adeus se despedem para não lhe dar mais incômodo".

3-23
Janeiro 1, 1900

Efeito do conhecimento de si mesmo.

(1) Achando-me muito aflita pela privação do meu sumo e único Bem, depois de muito esperar e
esperar, finalmente o vi sair chorando de dentro do meu coração, fazendo-me sinal com os olhos
que lhe doía a ferida feita na circuncisão, e por isso chorava, e que esperava de mim que lhe
secasse o sangue que corria da ferida e adoçasse a dor do corte. Eu era toda compaixão e
confusão ao mesmo tempo, tanto que não me atrevia a fazê-lo, mas atraída pelo amor, não sei
como encontrei um trapo na mão e tratei por quanto pude limpar o sangue ao menino Jesus.
Enquanto fazia isto, sentia-me toda cheia de pecado, e pensava que eu era a causa dessa dor de
Jesus Oh, como me dava pena, me sentia absorvida naquela amargura e o bendito menino
compadecendo meu miserável estado me disse:

(2) "Quanto mais a alma se humilha e se conhece a si mesma, tanto mais se aproxima da verdade,
e encontrando-se na verdade procura dirigir-se ao caminho das virtudes, do qual se vê muito
longínqua, e se vê que se encontra neste caminho, logo descobre o muito que lhe resta a fazer,
porque as virtudes não têm termo, são infinitas como eu sou. Então, a alma, encontrando-se na
verdade, procura sempre aperfeiçoar-se, mas jamais chegará a ver-se perfeita, e isto lhe serve e
fará com que a alma esteja continuamente trabalhando, esforçando-se para mais aperfeiçoar-se,
sem perder o tempo em ociosidades; E eu, me comprazendo com este trabalho, pouco a pouco
vou retocando-a para pintar nela minha semelhança. Eis por que quis ser circuncidado, para dar
um exemplo de grandíssima humildade, que fez desconcertar os próprios anjos do Céu".

4-25
Outubro 29, 1900

A coisa mais essencial e necessária numa alma é a caridade.

(1) Depois de ter passado alguns dias de privação e de silêncio, esta manhã ao vir o bendito Jesus
disse: "Vê-se que não é mais Vontade tua o meu estado".
(2) E Ele: "Sim, sim; levanta-te e vem aos meus braços".
(3) Por este falar esqueci o estado penoso dos dias passados e corri a seus braços, e como se via
o lado aberto disse: "Meu amado, já faz algum tempo que não me admitiste a chupar do teu lado,
peço-te que me admitas hoje".
(4) E Jesus: "Amada minha, bebe pois ao teu prazer e cura-te".
(5) Quem pode dizer minha alegria e avidez com que pus minha boca para beber daquela fonte divina?
Depois de beber até não ter mais onde colocar nem sequer outra gota, separei-me, e Jesus
me disse:
(6) "Saciaste-te? Se não, segue bebendo".
(7) E eu: "Saciada não, porque dessa fonte quanto mais se bebe, mais cresce a sede, só que
sendo muito pequena minha capacidade, não sou capaz de conter mais".
(8) Depois disto via com Jesus outras pessoas, e disse:
(9) "A coisa mais essencial e necessária numa alma é a caridade; se não há caridade, acontece
como aquelas famílias ou reinos que não têm governantes, tudo está transtornado, as coisas mais
belas ficam obscurecidas, não se vê nenhuma harmonia, quem quer fazer uma coisa e quem outra.
Assim acontece na alma onde não reina a caridade, tudo está em desordem, as mais belas
virtudes não harmonizam entre elas, por isso a caridade se chama rainha, porque tem regime,
ordem, e dispõe tudo".

5-24
Outubro 24, 1903

Imagem da Igreja.

(1) Havendo dito ao confessor meus temores de que não fosse Vontade de Deus meu estado, e
que ao menos como prova gostaria de tratar de esforçar-me em sair, e ver se o conseguia ou não.
E o confessor, sem pôr sua acostumada dificuldade disse: "Está bem, amanhã provará".
(2) Então eu fiquei como se tivesse sido libertada de um peso enorme. Agora, tendo ouvido a Santa
Missa e recebido a comunhão, assim que vi o meu adorável Jesus dentro de mim que me olhava
fixamente, com as mãos juntas, em ato de pedir piedade e ajuda. E nesse momento me encontrei
fora de mim mesma, dentro de uma estadia onde estava uma mulher majestosa e venerável, mas
gravemente doente, dentro de um leito com a cabeceira tão alta que quase tocava o teto; e eu era
obrigada a estar acima desta cabeceira nos braços de um sacerdote para tê-la firme, e olhar a
pobre doente. Então eu, enquanto estava nesta posição, via uns poucos religiosos que rodeavam e
davam cuidados à paciente, e com profunda amargura diziam entre eles: "Está mal, está mal, não
se necessita outra coisa que uma pequena sacudida". E eu pensava em ter firme a cabeceira do
leito por temor de que movendo-se o leito pudesse morrer. Mas vendo que a coisa ia para longo e
quase me aborrecendo do mesmo lazer, dizia a aquele que me tinha, por caridade, me abaixa, não
estou fazendo nenhum bem, nem dando nenhuma ajuda, em que aproveita o estar me assim inútil?
se abaixo ao menos posso servi-la, ajudá-la".
(3) E aquele: "Não ouviu que mesmo com uma pequena sacudida pode piorar e acontecer-lhe
coisas tristíssimas? Assim, se você descer, não havendo quem mantenha firme o leito pode
inclusive morrer".
(4) E eu: "Mas pode ser possível que fazendo só isto lhe possa vir este bem? Eu não acredito, por
piedade abaixa-me". Então, depois de ter repetido várias vezes estas palavras, baixou-me ao chão,
e eu sozinha, sem que nenhum me detivesse me aproximei da doente, e com surpresa e dor via
que o leito se movia. A esses movimentos punha-se o rosto lívido, tremia, aparecia o estertor da
agonia. Aqueles poucos religiosos choravam e diziam: "Não há mais tempo, já está nos momentos
extremos". Depois entravam pessoas inimigas, soldados, capitães para bater na doente, e aquela
mulher moribunda levantou-se com intrepidez e majestade para ser ferida e golpeada. Ao ver isto
tremia como uma cana e dizia entre mim: "Eu fui a causa, eu dei o empurrão para que acontecesse
tanto mal". E compreendia que aquela mulher representava a Igreja doente nos seus membros,
com tantos outros significados que me parece inútil explicar, porque se compreende lendo o que
escrevi. Então eu encontrei em mim mesma e Jesus em meu interior disse:

(5) "Se te suspender para sempre, os inimigos começarão a fazer derramar sangue à minha Igreja".

(6) E eu: "Senhor, não é que não queira estar, o Céu me guarde que eu me afaste de sua Vontade
mesmo por um abrir e fechar de olhos, só que se quiser estarei, se não quiser me tirarei".

7) E Ele: "Minha filha, mal o confessor te libertou, isto é, quando te disse: "Está bem, amanhã
tentamos". O nó de vítima soltou-se, porque só o adorno da obediência é o que constitui a vítima, e
jamais a aceitaria por tal sem este adorno, ainda que a custo, se fosse necessário, de fazer um
milagre de minha onipotência para dar luz a quem dirige, para fazer dar esta obediência. Eu sofri,
sofri voluntariamente, mas quem me constituiu vítima foi a obediência a meu amado Pai, que quis
adornar todas minhas obras, desde a maior até a menor com o adorno honorífico da obediência".
(8) Mais tarde, encontrando-me em mim mesma, sentia temor de tratar de sair, mas depois me
arranjava dizendo: "Devia pensar quem me deu a obediência, e além disso, se o Senhor o quiser,
eu estou disposta".

6-26
Março 14, 1904
Pela necessidade dos tempos, Jesus pede o silêncio porque quer castigar.

(1) Encontrando-me em meu estado habitual, depois de muito esperar, o bendito Jesus saiu de
meu interior, e eu querendo falar me pôs o dedo na boca dizendo:
(2) "Cala-te, cala-te".
(3) Eu fiquei mortificadíssima e não tive mais coragem de abrir a boca, e o bendito Jesus vendo-me
tão mortificada acrescentou:
(4) "Minha querida filha, a necessidade dos tempos traz o silêncio, porque se você me fala, sua
palavra ata minhas mãos e jamais chego aos fatos de castigar como convém, e estamos sempre
de cabeça, por isso é necessário que entre você e eu tenha lugar por algum tempo o silêncio".
(5) E enquanto isso dizia, ele lançou um cartaz no qual estava escrito: "São decretados flagelos,
penas e guerras". E desapareceu.

7-26
Julho 2, 1906

Com os seus sofrimentos forma um anel a Jesus.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado e continuando meus sofrimentos um pouco mais,
veio meu bendito Jesus e me disse:
(2) "Minha filha, verdadeiramente já te quero trazer, porque quero estar livre para me ocupar com
o mundo".
(3) Parece que queria tentar-me, mas eu não lhe disse nada de levar-me, porque a obediência

quer o contrário, e também porque me luto do mundo. Enquanto pensava assim, Jesus mostrou-
me a sua mão, na qual tinha um lindo anel com uma jóia branca, e de esta jóia pendia muitas
argollitas de ouro entrelaçadas, que formavam um belo adorno à mão de Nosso Senhor, e Ele ia
mostrando-o, tanto lhe agradava, e depois adicionou:
(4) "Este anel foi feito por você nestes dias passados por meio de seus sofrimentos, e eu estou
preparando um mais belo para você".

8-23
Fevereiro 7, 1908

A vida é um peso que será mudado em um tesouro.

(1) Continuando o meu habitual estado, estava a pensar no peso enorme que o bendito Jesus
sentiu ao levar a cruz, e dizia entre mim: "Senhor, também a vida é um peso, mas que peso!
especialmente pela distância de Ti, meu Bem Supremo". Enquanto eu estava nisso, ele veio e me
disse:
(2) "Minha filha, é verdade que a vida é um peso, mas quando este peso é levado junto Comigo, no
final da vida vê-se que este peso pode ser descarregado em Mim, e você vai encontrar este peso
trocado em tesouro, onde você vai encontrar jóias, pedras preciosas, brilhantes e todas as riquezas
que te farão feliz para sempre".

9-25
Novembro 25, 1909

Tanto em Jesus como nas almas, o primeiro trabalho é feito pelo amor.

(1) Encontrando-me em meu habitual estado, estava pensando na agonia de Jesus no Horto e
apenas fazendo-se ver o bendito Jesus me disse:
(2) "Minha filha, os homens não fizeram outra coisa senão trabalhar a crosta da minha
humanidade, e o amor eterno trabalhou-me tudo o de dentro, assim que em minha agonia, não os
homens, senão o amor eterno, o amor imenso, o amor incalculável, o amor oculto, foi o que me
abriu grandes feridas, me traspassou com cravos abrasadores, me coroou com espinhos ardentes,
me deu de beber fel fervente, assim que minha pobre Humanidade não podendo conter tantas
espécies de martírios a um mesmo tempo, fez sair rios de sangue, se contorcionava e chegou a
dizer:
"Pai, se é possível tira de mim este cálice, mas não a minha, mas que se faça a tua
Vontade.” O que não fez no resto da Paixão. Então tudo o que sofri no curso da Paixão, sofri tudo
junto na agonia do jardim, mas de modo mais intenso, mais doloroso, mais íntimo, porque o amor
penetrou até a medula dos ossos e nas fibras mais íntimas do coração, onde as criaturas nunca
poderiam chegar, mas o amor chega a tudo, não há nada que eu possa resistir. Então o meu
primeiro carrasco foi o amor. Por isso no curso da Paixão não houve em Mim nem sequer um olhar
ameaçador para quem me fazia de carrasco, porque tinha um carrasco mais cruel, mais ativo em
Mim, que era o amor, e onde os carrascos externos não chegavam, ou qualquer ponto que ficava
sem tocar, o amor fazia seu trabalho e em nada me perdoava. E assim é em todas as almas, o
primeiro trabalho o faz o amor e quando o amor trabalhou e a encheu de si, o que se vê de bem no
exterior não é outra coisa que o desabafo do trabalho que o amor fez no interior".

Junho 7, 1911

Dor de Jesus pelos sacerdotes. Amor que se esconde, ai!

(1) Passando dias amargos de privação do meu adorável Jesus, rogava-lhe que se agradasse em
vir; e apenas como um relâmpago veio e me disse:
(2) "Amor que se esconde, ai!"
(3) E rogando-lhe pela Igreja e que tivesse piedade de tantas almas que vão pelo caminho da
perdição, porque querem fazer guerra à Igreja e aos seus ministros, Jesus acrescentou:
(4) "Minha filha, não te aflijas, é necessário que os inimigos purifiquem a minha Igreja, e depois que
a tenham purgado, a paciência, as virtudes dos bons serão luz aos inimigos, e se salvarão aqueles
e estes".
(5) E eu: "Mas ao menos não permitas que as faltas de teus ministros as conheçam os leigos, de
outra maneira afligirão mais a tua Igreja".
(6) E Jesus: "Minha filha, não me peça isto porque me indigno, quero que a matéria saia fora, não
posso mais, não posso mais, os sacrilégios são enormes, com cobri-los daria campo para que
cometessem males maiores; você terá paciência para suportar minha ausência, a fará de heroína,
quero confiar em ti que és minha filha, enquanto Eu me ocuparei em preparar os flagelos para
leigos e sacerdotes".

11-24

Junho 28,1912

No céu que é a alma, o Sol é Jesus.

(1) Continuando meu habitual estado, meu bendito Jesus veio e me disse:
(2) "Minha filha, a alma que faz minha Vontade é céu, mas céu sem sol e estrelas, porque o Sol
sou Eu e as estrelas que embelezam este céu são minhas mesmas virtudes. Que belo é este
céu, de fazer apaixonar qualquer um que o possa conhecer! E muito mais fico Eu apaixonado,
porque como Sol me ponho no centro deste céu e vou tirando-o continuamente de nova luz, de
novo amor, de novas graças.
Belo este céu ao ver resplandecer o Sol, isto é quando me manifesto e acaricio a alma e o
cúmulo dos meus carismas, a abraço, e tocado por seu amor
desfaleço e me repouso nela, Todos os santos vêm em torno de Mim enquanto descanso e ficam
surpresos ao olhar este céu onde Eu sou o Sol, e ficam extasiados por este portento prodigioso,
que nem na terra nem no Céu se pode encontrar coisa mais bela, mais agradável para Mim e
para todos. Belo este céu se o Sol se esconde, isto é se a privo de Mim, oh! Como se admira
então a harmonia das estrelas, porque o ar deste céu não está sujeito a nuvens, a temporais, a
tempestades, porque o Sol escondido está escondido no centro da alma, e seu calor é tão
ardente que destrói as nuvens, temporais e tempestades. O ar deste céu é sempre tranquilo,
sereno, aromático, as estrelas que mais resplandecem são paz perene e amor sem termo.
Escondida, ou ela no Sol, e desaparecem as estrelas; ou o Sol nela, e então vê-se a harmonia
das estrelas. Belo de qualquer maneira, este céu é a minha alegria, o meu repouso, o meu amor,
o meu paraíso".


PARTE 1 PARTE 2
24 -Circuncisão de João Batista ( 1). Zacarías também conhece o mistério que contém Maria
de Nazaré.

■ Vejo uma atmosfera de festa em casa. É o dia da circuncisão. Maria cuidou para que tudo estivesse
bem e em ordem. Os quartos brilham com luz. Os mais belos tecidos, os mais belos utensílios estão por toda parte.
Maria se move ágil entre os grupos, linda em sua vestimenta branca. Há muita gente. Isabel, que eles respeitam como uma matrona, gosta muito de sua festa. A criança repousa de joelhos, já saciada de leite.

■ Chegou a hora da circuncisão. Alguns homens dizem: “Vamos chamá-lo de Zacarias. Você já está velho. É bom que o seu nome seja dado à criança ”. Isabel exclama: “Não! Seu nome é João. Seu nome deve testemunhar o poder de Deus. Eles insistem: “Mas nunca houve um John em sua família.” Isabel: “Não importa. Ele deve se chamar João ”. Eles se voltam para Zacarias: “O que você diz, Zacarias? Você quer que seu nome seja dado, não é? Zacarías diz não, com a cabeça. Ele pega a tábua e escreve: “Seu nome é João”

■ e acaba de escrever, quando com sua voz continua: “porque Deus fez a mim, a seu pai e a sua mãe objeto de um grande favor, além deste Seu novo servo, que usará sua vida para a glória do Senhor. Com o passar dos séculos, aos olhos de Deus será chamado de grande, pois passará convertendo corações ao Altíssimo. O anjo disse isso e eu não acreditei nele. Mas agora eu acredito e a Luz brilha em mim. A Luz está entre vocês e você não a vê. Seu destino não é para ser visto, porque o coração dos homens está cheio de outras coisas e eles não querem se mover. Mas meu filho a verá e falará da Luz e fará com que os corações dos justos de Israel se voltem para Ela. Bem-aventurados aqueles que acreditaram nela e sempre acreditaram na Palavra do Senhor.

■ « E seja bendito, Senhor eterno, Deus de Israel que visitou e redimiu o seu povo e nos deu um poderoso Salvador na casa de Davi, seu servo. Você prometeu pela boca dos santos Profetas desde os tempos antigos que nos libertaria de nossos inimigos e das mãos daqueles que nos odeiam, para mostrar sua misericórdia para com nossos pais e mostrar que você você se lembra de sua aliança sagrada.
Este é o juramento que você fez a Abraão, nosso pai: conceder-nos que, sem medo, estando livres das mãos de nossos inimigos, o servimos santo e justo em sua presença por todas as nossas vidas »”. E assim continua até o fim.

■ Os presentes estão surpresos com o nome e o milagre, bem como com as palavras de Zacarias. Isabel, que à primeira palavra de Zacarias deu um grito de alegria, chora agora, abraçando Maria que a acaricia alegremente.
* “Eu vejo você e vejo seu destino feliz. Adoro em ti o Deus de Jacob, tu meu primeiro
Têmpora”.-

■ Não vejo circuncisão. Vejo apenas que o recém-nascido é levado para outro lugar para circuncisão. Quando o trazem de volta, o pequeno Juan grita terrivelmente. Nem mesmo o leite da mãe o acalma. Ele chuta como um potro.
Mas Maria o pega nos braços e o embala e ele fica calado e calmo. Sara diz: “Mas veja. Ele não se cala a não ser quando Ela o toma nos braços! ”.

■ As pessoas se despedem aos poucos. Na sala, Maria com a criança nos braços e Isabel, que
está feliz. Entre em Zacarías, feche a porta. Ele olha para Maria com lágrimas nos olhos. Ele quer conversar, mas fica quieto. Vá em frente. Ele se ajoelha diante de Maria. Ele diz: “Abençoe o pobre servo do Senhor. Abençoe-o porque você pode fazer isso, você que o carrega em seu ventre. A palavra de Deus veio a mim quando reconheci meu erro e eu acreditei em tudo que me foi dito. Eu vejo você e vejo seu destino feliz. Eu adoro o Deus de Jacó em você. Vós, meu primeiro Templo, onde o sacerdote, que regressa, pode mais uma vez rezar ao Eterno. Bem-aventurado és você, que mereceu obter graça para o mundo e trazer o Salvador. Perdoe seu servo se a princípio ele não viu sua majestade. Com a sua vinda, você nos trouxe todas as graças. Aonde quer que você vá, ó Cheio de Graça! Deus faz suas maravilhas e sagradas são as paredes por onde você entra, sagradas são os ouvidos que ouvem sua voz e sagrados são os corpos que você toca. Santos corações porque dás graças, Mãe do Altíssimo, Virgem profetizou e esperava dar ao povo de Deus o Salvador ”.
* “Se ser a Mãe do Filho de Deus é um destino feliz, ser a Mãe do Redentor deve ser um destino de sofrimento atroz” .-

■ Maria sorri, corada de humildade. Ele fala: “Louvado seja o Senhor. Ele simplesmente é. Todas as graças vêm Dele, não de mim. Ele os deu a você porque você o ama; continuar no caminho da perfeição, nos anos que restam, para merecer o seu Reino que meu Filho abrirá aos Patriarcas, aos Profetas, aos justos do Senhor. E você, agora que pode orar diante do Santo, ore pelo servo do Altíssimo; que, se ser a Mãe do Filho de Deus é um destino feliz, ser a Mãe do Redentor deve ser um destino de sofrimento atroz. Ore por mim, hora após hora sinto meu peso de dor crescer e por toda a vida terei que carregá-lo; Não vejo em seus detalhes particulares, mas sinto que será um peso
maior do que se o mundo repousasse sobre estes meus ombros como mulher e eu tivesse que oferecê-lo ao céu. Eu, sozinha, uma pobre mulher! Meu filho! Meu filho! Agora o seu não chora porque eu o embalo. Mas posso acalmar a minha para aliviar sua dor? … Reze por mim, sacerdote de Deus. Meu coração treme como uma flor no meio da tempestade. Eu olho para os homens e os amo. Mas vejo que por trás deles se vê o Inimigo e que ele os torna inimigos de Deus, de meu Filho Jesus ”. A visão termina com a palidez de Maria e aquelas lágrimas que fazem brilhar suas pupilas. (Escrito em 4 de abril de 1944). A visão termina com a palidez de Maria e aquelas lágrimas que fazem brilhar suas pupilas. (Escrito em 4 de abril de 1944).).
· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·

.- Maria, fonte de graça para quem acolhe a luz. Eu canto para a amizade de Deus.
* “Rezai, filhos, com as palavras do meu Filho … Jesus, nas suas agonias, orou para vos ensinar
orar”.-
■ A Virgem Maria diz: ” Para aqueles que reconhecem seu erro, arrependem-se e humildemente o confessam, Deus os perdoa; não apenas o perdoa, mas também o recompensa. Quão bom é o meu Senhor com os humildes e sinceros, com os que nEle crêem e se entregam a Ele! Descubra o seu coração de tudo que o impede e o torna preguiçoso. Prepare-o para receber a Luz, que é, como um farol na escuridão, um guia e consolo sagrado.

■ Amizade de Deus, bem-aventurança de seus fiéis, riqueza inigualável por nada, quem te possui nunca está só nem sente a amargura do desespero! Você não cancela a dor, santa amizade, porque a dor foi o destino de um Deus encarnado, e pode ser o destino do homem; sim, você o torna doce em sua amargura, e você adiciona uma luz e carícias que, como toques celestiais, ajudam com a cruz. E quando a Bondade divina lhe dá alguma graça, use o bem recebido para dar glória a Deus. Não sejam como esses tolos, que fazem de uma coisa boa uma arma prejudicial, ou como os pródigos que transformam sua riqueza em miséria.

■ Vocês me dão muitas dores, oh filhos! Atrás de seus rostos, vejo o Inimigo se aproximando, aquele que ataca meu Jesus. Muita dor! Eu gostaria de ser a fonte da graça para todos. Mas muitos de vocês não querem. Vocês pedem “graças”, mas com uma alma que não tem disposição à graça. E como isso pode ajudar se vocês são inimigos? O grande mistério da Sexta-Feira Santa se aproxima. Ele se lembra de tudo nos templos. Mas vocês têm que celebrar e recordar no coração, bater no peito como quem desceu do Gólgota e dizer: “Este é realmente o Filho de Deus, o Salvador” e dizer: “Jesus, salva-nos
pelo teu nome” e dizer: “Pai, perdoa-nos.” E também dizer: “Senhor, eu não sou digno. Mas se você me perdoar e vier a mim, minha alma será curada e eu não quero mais pecar, para não adoecer e te odiar ”.

■ Orem, filhos, com as palavras de meu Filho. Diga ao Pai por seus inimigos: « Pai perdoa-lhes ». Invoca o Pai que se retirou indignado com os teus erros: «Pai, Pai, porque me abandonaste? Eu sou um pecador Mas se você me abandonar, morrerei. Volta, Santo Padre, para que eu seja salvo ». Coloque o seu bem eterno, o seu espírito, nas mãos de Deus, porque ele é o único que pode preservá-lo ileso do diabo: “Pai, nas tuas mãos confio o meu espírito”. Se você humildemente, se  Você amorosamente entrega seu coração a Deus, ele o conduzirá como um pai guia seu filho, e não permitirá que
nada lhe faça mal.

■ Jesus em sua agonia orou para nos ensinar a orar. Lembro-vos disso nestes dias de Paixão.
Você, Maria, que vê minha glória como Mãe e com ela está em êxtase, pense e lembre-se que tive Deus em uma dor cada vez maior. Ele desceu junto com o Germe de Deus e como uma árvore gigante cresceu até tocar o Céu com sua coroa e o Inferno com suas raízes, quando eles colocaram os restos mortais da Carne da minha carne em meus joelhos, e eu vi e contei as feridas e toquei suas Coração dilacerado por beber a dor até a última gota ”. (Escrito em 4 de abril de 1944).


MEDITAÇAO
CAPITULO 19
ÚLTIMA PARTE DO CAPÍTULO 21 DO APOCALIPSE, SOBRE A CONCEIÇÃO DE MARIA SANTÍSSIMA.

283. O texto da última e terceira parte do Apocalipse, capítulo 21, que estou explicando é o seguinte:
"E os fundamentos do muro da cidade eram ornados de toda a qualidade de pedras preciosas. O primeiro fundamento de jaspe; o segundo de safira; o terceiro de calcedônia; o quarto de esmeralda; o quinto de sardônica; o sexto de sárdio; o sétimo de crisólito; o oitavo de berilo; o nono de topázio; o décimo de crisópraso, o undécimo de jacinto; o duodécimo de ametista. E as doze portas eram doze pérolas; e cada porta era uma pérola, e a praça da cidade era de ouro puro, como vidro transparente. E não vi templo nela, porque o Senhor Deus onipotente e o Cordeiro é o seu templo. E esta cidade não tem necessidade de sol, nem de lua, que a ilumine, porque a claridade de Deus a ilumina, e a sua lâmpada é o Cordeiro. E as nações caminharão à sua luz e os reis da terra lhe trarão a sua glória e a sua honra. E as portas não se fecharão no fim de cada dia, porque ali n a o haverá noite. Ser-lhe-ão trazidas a glória e a honra das nações. Não entrará nela coisa alguma contaminada, ou quem comete abominações ou mentira, mas somente aqueles que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro" (Ap 21,19-27). Até aqui chega o texto do capítulo XXI que vou explicando.

Os alicerces da cidade de Deus

284. O Altíssimo de Deus escolhera esta cidade de Maria para sua habitação, a mais apropriada e aprazível que, fora de si mesmo, em pura criatura, poderia ter. Não era muito que construísse os alicerces do muro de sua cidade com os tesouros de sua divindade e méritos de seu Filho Santíssimo, adornando-os de todo gênero de pedras preciosas.
Os muros de sua fortaleza e segurança; as pedras preciosas da sublime beleza de sua santidade e dons; os alicerces do muro, quer dizer, de sua conceição: tudo nela deveria estar proporcionado entre si e de acordo com o altíssimo fim para o qual fora edificada, a saber: Deus iria Nela habitar pelo amor e pela humanidade que recebeu em seu virginal seio.
Tudo isto compreendeu e disse o Evangelista. Para Deus habitar em Maria como em fortaleza invencível, exigia especial dignidade, santidade e fortaleza. Daí convinha que os fundamentos de seus muros - os primeiros princípios de sua Conceição Imaculada - fossem construídos com todo o gênero de virtudes em grau eminentíssimo, e de tanta riqueza que não se encontrassem pedras mais preciosas para seus alicerces.
Jaspe: constância, fortaleza e poder sobre o demônio

285. " O primeiro fundamento ou pedra era de jaspe", cujo matiz e solidez significam a constância e fortaleza infundida nesta grande Senhora, no momento de sua Conceição santíssima.
Com esta virtude ficou preparada para, no decurso de sua vida, praticar todas as virtudes com inabalável magnanimidade e constância. Estas virtudes e hábitos infundidos em Maria Santíssima, no instante de sua conceição, foram simbolizados por estas pedras preciosas.
Foram dotadas de singulares privilégios concedidos pelo Altíssimo, que explicarei quanto me for possível.
Compreendendo o simbolismo, entender-se-á o mistério dos doze fundamentos da cidade de Deus. Com o hábito da fortaleza em geral, foi-lhe concedido especial
domínio sobre a antiga serpente, e poder para vencer e sujeitar os demônios.
Infundia-lhes tal espécie de terror que os afugentava, e à grande distância ainda a temiam, apavorados de se aproximarem dela.
Foi liberalíssima a divina providência com Maria: não a incluiu nas leis comuns dos filhos do primeiro pai; livrou a da culpa original e da sujeição ao demônio, conseqüência da culpa. Isentando-a de todos estes males, concedeu-lhe sobre os demônios o poder que os homens perderam, por não se haverem conservado no estado da inocência.
Além de tudo isso, pelo fato de ser Mãe do Filho do eterno Pai descido às suas entranhas para destruir o império do mal, foi outorgado à eminentíssima Senhora participação no poder real do ser divino.
Com este poder subjugava os demônios, e muitas vezes os enviava às cavernas infernais, como adiante direi.

Safira: serenidade

286. "O segundo é safira". Esta pedra é da cor do céu sereno e claro, e apresenta uns pontozinhos ou átomos dourados e refulgentes. Significa a tranqüilidade que o Altíssimo concedeu aos dons e graças de Maria Santíssima para sempre gozá-los, como em céu inalterável de serena paz, sem nuvens de perturbação.
Desta tranqüilidade se lhes desprendiam, desde o instante de sua imaculada conceição, certos reflexos de divindade. Provinham da participação e semelhança de suas virtudes com os atributos divinos, em particular a imutabilidade, e da clara visão da divindade que muitas vezes recebeu sendo ainda viadora, como adiante direi Concedeu-lhe o Senhor, com este dom singular, privilégio e virtude para comunicar calma e serenidade de entendimento a quem, por sua intercessão, pedi-lo a Deus. Assim solicitaram e alcançaram os fiéis, quando assaltados pelas agitadas tormentas dos vícios.

Calcedônia: o nome de Maria

287. "O terceiro é calcedônia • O nome desta pedra deriva-se da Calcedônia, província onde é encontrada. Tem a cor do Rubi, e à noite brilha qual uma lanterna.
O mistério desta pedra é simboliza nome de Maria Santíssima e a virtude ele encerra. Recebeu-o da província deste mundo onde viveu, chamando-se filha de Adão como os demais.
Maria, pronunciado com acento latino (Mária), significa mares, porque foi o oceano das graças e dons da Divindade.
Com elas inundou o mundo através de sua conceição puríssima, afogando a malícia do pecado e suas conseqüências. Desterrou as trevas do abismo com a luz de seu espírito, iluminado pelo farol da sabedoria divina.
Correspondente a este fundamento, concedeu o Altíssimo especial virtude ao nome santíssimo de Maria. Afugenta as espessas nuvens da infidelidade e destrói os erros da heresia, paganismo, idolatria e quaisquer dúvidas sobre a fé católica.
Se os infiéis procurassem e invocassem esta luz, é certo que muito depressa sacudiriam do entendimento as trevas de seus erros. Felizmente mergulhariam neste mar da Mãe de Deus, pela virtude que do alto lhe foi concedida para esse fim.

  1. Esmeralda: amabilidade

    288. "O quarto fundamento é esmeralda", cuja agradável cor verde recreia e descansa a vista.
    Misteriosamente exprime a graça Maria Santíssima recebeu em sua condição, para ser amabilíssima e graciosa aos olhos de Deus e das criaturas. Jamais ofenderia seu santo Nome e memória, conservando em si mesma o verdor e viço da Santidade, com as virtudes e dons que recebera.
    Correspondente a esta graça, deu-Ihe o Altíssimo poder para comunicar aos fiéis devotos que a invocassem, a perseverança e constância nas virtudes e amizade
    de Deus.Sardônica: sofrimento e pureza

    289. "O quinto é sardônica" (v.20). Esta pedra é transparente e sua tonalidade aproxima-se do encarnado claro, ainda que seja composta de três cores em gracioso conjunto: na parte inferior preto, no meio branco e na superior rosado.
    O mistério desta pedra e suas cores, simboliza tanto a Mãe como seu Filho santíssimo. O negro exprime, em Maria, a parte inferior e terrena do corpo escurecido pela mortificação e sofrimento; no de seu Filho santíssimo, os tormentos sofridos pelas nossas culpas (Is 53,2). O branco significa a pureza da alma da virgem Mãe e a de Cristo, nosso bem. O rosado figura, em Cristo, a divindade unida hipostaticamente à humanidade. Em Maria, a participação do amor de seu Filho santíssimo com os resplendores da Divindade a Ela comunicados.
    Por este fundamento foi concedido à grande Rainha do céu, interceder para que os frutos da Encarnação e Redenção fossem eficazes aos seus devotos. Para conseguirem este benefício, alcança-lhes particular devoção aos mistérios e à vida de Cristo Senhor nosso.

    Sárdio: amor de Deus

    290. "0 sexto é sárdio". Esta pedra também é transparente. Por imitar a clara chama do fogo, significou o dom concedido à Rainha do céu, de em seu coração, sempre arder a chama do divino amor. Este incêndio nunca se apagou nem se interrompeu em seu peito. Desde o instante de sua conceição, em que foi aceso
    este fogo, sempre cresceu e, no supremo grau possível em pura criatura, arde e arderá por toda a eternidade.
    Aqui foi concedido à Maria Santíssima especial privilégio para dispensar o influxo do Espírito Santo, seu amor e dons, a quem os pedir mediante sua intercessão.

    Crisólito: amor à Igreja

    291. "O sétimo é crisólito".
    Esta pedra é cor de ouro refulgente assemelhando-se ao fogo, mais visível à noite que durante o dia.
    Simboliza o ardente amor que Maria Santíssima teve à Igreja militante, a seus mistérios e especialmente à lei da graça. Este amor brilhou mais durante a noite que desceu sobre a Igreja, depois da morte de seu Filho Santíssimo. Refulgiu no magistério que esta grande Rainha desempenhou nos princípios da lei evangélica, e no fervor com que pediu seu estabelecimento e Sacramentos. Em tudo cooperou, - como em seus lugares direi - com ardentíssimo amor pela salvação humana, tendo sido a única que soube e pôde fazer digno apreço da santíssima lei de seu Filho.
    Dotada com este amor, desde sua imaculada conceição, -e preparada para coadjutora de Cristo nosso Senhor, foi-lhe concedido este especial privilégio: alcançar, para quem a invocar, a graça de bem se dispor para a recepção dos sacramentos da santa Igreja, sem opor impedimentos a seus efeitos e fruto espiritual.

    Berilo: fé e esperança

    292. "O oitavo é berilo", de cor verde amarelada, semelhante ao oliva e muito brilhante.
    Representa as singulares virtudes da fé e esperança comunicadas à Maria Santíssima em sua conceição. Acompanhava-as especial luz para empreender coisas árduas e superiores, como efetivamente realizou para glória de seu Criador.
    Foi-lhe concedido com este dom, comunicar a seus devotos fortaleza e paciência nas tribulações e dificuldades.
    Dispensa aquelas virtudes e dons, por graça da divina fidelidade e assistência do Senhor.

    Topázio: casta virgindade

    293. O nono é topázio". Esta pedra é transparente, roxa e muito preciosa.
    Exprimiu a honestíssima virgindade de Maria Senhora nossa, unida à sua divina maternidade, dons que Ela estimou e agradeceu humildemente durante toda a
    vida. No momento de sua conceição, pediu ao Altíssimo a virtude da castidade, prometendo guardá-la enquanto fosse viadora.
    Conheceu, então, que esta rogativa lhe era concedida muito além de seus votos e desejos, não apenas para ela, mas também para ser guia e mestra das almas virgens e castas, suas devotas. Por sua intercessão, alcançariam estas virtudes e a perseverança nelas.

    Crisópraso: esperança

    294. "O décimo é crisópraso cuja cor é verde, um pouco dourada. Símbolo da firmíssima esperança realçada pelo amor de Deus, concedida a Maria Santíssima em sua conceição. Esta virtude foi inabalável em nossa Rainha e comunicou às demais este mesmo efeito.
    Essa estabilidade fundava-se na constância imutável de seu generoso ânimo em todos os trabalhos e ocorrências de sua vida santíssima, especialmente na morte e paixão de seu benditíssimo Filho. Com este benefício, foi-lhe outorgado ser eficaz medianeira junto ao Altíssimo, para obter aos seus devotos a virtude da firme esperança.

    Jacinto: amor misericordioso

    295. "O undécimo é jacinto" de perfeita cor violácea. Neste fundamento encerra-se o amor pela redenção do gênero humano. Infundido em Maria Santíssima desde sua conceição, era antecipadamente participado daquele que levaria seu Filho e nosso Redentor a dar a vida pelos homens.
    Como este sacrifício seria a origem da salvação dos pecadores e justificação das almas, com este amor que lhe durou toda a vida, foi concedido a esta grande Rainha, o privilégio de interceder por qualquer espécie de pecadores, por grandes e abomináveis que fossem. Nem um sequer seria excluído do fruto da Redenção
    e justificação, se a invocasse fervorosamente, alcançando por esta poderosa Senhora e Advogada, a vida eterna.

    Ametista: poder sobre o inferno

    296. "O duodécimo é ametista" e cor refulgente com reflexos violáceos.
    O mistério desta pedra ou fundamento é análogo ao primeiro. Significa certo gênero de poder concedido à Maria Santíssima em sua conceição, contra as forças do inferno. Sentiam os demônios sair Dela uma força que, mesmo sem sua ação pessoal, os atormentava, caso quisessem se lhe aproximar.
    Foi-lhe concedido este privilégio pelo incomparável zelo desta Senhora em defender a honra e glória de Deus. Em virtude deste singular benefício, tem Maria Santíssima particular poder para expelir os demônios dos corpos humanos, mediante a invocação de seu dulcíssimo nome. E ele tão poderoso contra estes espíritos malignos, que só de ouvi-lo ficam vencidos e aniquilados.
    Estes são, em resumo, os mistérios dos doze fundamentos sobre os quais Deus edificou sua cidade santa, Maria. 
    Ainda que contenham muitos outros mistérios a respeito das graças que recebeu, não é possível explicar tudo inteiramente.
    No decurso desta história, porém, irão sendo manifestados, segundo a luz e capacidade que Deus me conceder para os declarar.

    Maria, porta do céu
    297. Prossegue o Evangelista: "As doze portas são doze pérolas, cada porta de uma pérola" (v, 21).
    O grande número de portas nesta cidade traduz que, por Maria Santíssima e sua inefável dignidade e merecimentos, a entrada para a vida eterna fez-se tão feliz quão gratuita. Era como devido à excelência desta Rainha que nela se exaltasse a infinita misericórdia do Altíssimo. Por Ela seriam abertos inúmeros caminhos para a Divindade se comunicar e para todos os mortais entrarem em sua participação, caso quisessem passar pelos méritos e poderosa intercessão de Maria Santíssima.
    A grandiosidade, valor, formosura e preciosidade destas doze portas que eram de pérolas, manifesta o valor da dignidade e das graças desta Imperatriz das alturas, e a suavidade de seu dulcíssimo nome para atrair os mortais a Deus.
    Conheceu Maria Santíssima a graça que o Senhor lhe fazia de ser, através de seu Filho Unigênito, medianeira única do gênero humano, e dispenseira dos tesouros de sua divindade. Usando deste privilégio, soube a prudente e oficiosa Senhora tomar tão preciosos e belos os méritos de suas obras e dignidade, que arrebata de admiração os bem-aventurados do céu. Assim, foram as portas desta cidade preciosas pérolas, tanto para Deus como para os homens.

    O interior de Maria

    298. E a praça desta cidade era de ouro puríssimo como vidro transparente"
    (v. 21).

    A praça desta cidade de Deus, Maria Santíssima, é seu interior, onde, como em lugar público, reúnem-se as faculdades da alma. Al i se realiza o comércio e as atividades da cidade da alma, com tudo o que nela entra pelos sentidos ou por outros caminhos.
    Esta praça, em Maria Santíssima, foi de ouro lúcido e puríssimo, porque era construída de sabedoria e amor divino. Ali nunca existiu tibieza, ignorância ou inadvertência; todos os seus pensamentos foram altíssimos e seus afetos inflamados em imensa caridade.
    Nesta praça consultaram-se os mistérios altíssimos da Divindade. Ali despachou-se aquele fiat mihi (Lc 1, 38) que deu princípio à maior obra que Deus haja feito nem fará jamais. Ali nasceram e foram ponderadas inumeráveis rogativas para serem apresentadas no tribunal de Deus a favor da humanidade.
    Ali estão depositadas riquezas que bastariam para tirar da pobreza o mundo inteiro, se todos participassem no comércio desta praça. É também praça armada contra o demônio e todos os vícios, pois no interior de Maria puríssima habitaram graças e virtudes que a tornaram terrível contra o inferno, enquanto para nós são força e virtude para vencê-lo.

    Deus em Maria, e Maria em Deus

    299. "Na cidade não há templo porque o Senhor Deus onipotente e o Cordeiro é o seu templo''(v. 22).
    Nas cidades, o templo destina-se ao culto de Deus e à oração. Seria grande falta, se na cidade de Deus não houvesse templo à altura de sua grandeza e excelência.
    Nesta cidade de Maria Santíssima, porém, houve templo tão sagrado, que o mesmo Deus onipotente e o Cordeiro, a divindade e a humanidade de seu Filho Unigênito, foram seu templo. Nela habitaram como em seu legítimo lugar, e ali foram adorados e reverenciados, em espírito e verdade (Jo 4, 23), mais dignamente que em todos os templos do mundo. Por sua vez, a humanidade e a Divindade de Cristo foram também templo para Maria puríssima, porque nelas esteve encerrada como numa habitação e tabernáculo (SI 92, 5).
    Como ao templo é devida a santidade em qualquer momento, nele nunca cessou de adorar, dar culto e orar a Deus e ao Verbo encarnado em seu seio. Deste
    modo, estava em Deus e no Cordeiro como em seu templo.
    Por este motivo, ao considerar esta divina Senhora, sempre a devemos imaginar na Divindade e em seu Filho santíssimo, como que encerrada num templo.
    Então, entenderemos que atos e operações de amor, adoração e reverência realizaria; que delícias gozaria com o Senhor e que súplicas faria a favor do gênero humano.
    Em Deus, compreendia a grande necessidade da redenção humana, inflamava-se em caridade e pedia e suplicava do íntimo do coração, a salvação dos mortais.

    Maria, instruída só por Deus
    300. Diz também o Evangelista: "A cidade não tem necessidade do sol nem da lua que a iluminem, porque a claridade de Deus a iluminou e sua lâmpada é o Cordeiro" (v. 23).
    Na presença de uma claridade mais forte e refulgente que a do sol ou da lua, estes já não são necessários. Tal acontece no céu empíreo onde existem infinitos sóis, e não lhe faz falta este que nos alumia, ainda que seja tão resplandecente e formoso.
    Para Maria Santíssima, nossa Rainha, não foi necessário outro sol ou lua de criaturas que a iluminassem e guiassem, porque só Ela agradou a Deus mais que todas. Tampouco sua sabedoria, santidade e perfeição pôde ter outro mestre e árbitro que o mesmo Sol de justiça, seu Filho Santíssimo. Todas as demais criaturas foram ignorantes para ensiná-la a merecer ser digna Mãe de seu Criador, em cuja escola aprendeu a ser humilíssima e obedientíssima entre todos os humildes e obedientes.
    Instruída pelo mesmo Deus, nem por isso deixou de consultar e obedecer, até aos mais inferiores, nas coisas que convinha lhes obedecer. Singular discípula
    Daquele que emenda os sábios, aprendeu com Ele esta divina sabedoria. Veio a ser tão sábia que o Evangelista pôde dizer:

    Maria, luz para as criaturas

    301. "E as nações caminharão à sua luz" (v. 24).
    Se Cristo, Senhor nosso, chamou aos doutores e santos, luzes acesas (Mt 5,34) sobre o candelabro da Igreja para a iluminarem; se o esplendor da luz derramada pelos patriarcas, profetas, apóstolos, mártires e doutores, encheram a Igreja católica de tanta claridade que ela parece um céu com muitos sóis e luas - que se poderá dizer de Maria Santíssima, cuja luz e esplendor excede incomparavelmente, a todos os mestres e doutores da Igreja, e ainda aos mesmos anjos do céu?
    Se os mortais tivessem olhos abertos para ver estas luzes de Maria Santíssima, Ela só bastaria para iluminar a todo o homem que vem a este mundo e encaminhá-lo pelas sendas retas da eternidade. E porque todos os que chegaram ao conhecimento de Deus, foi caminhando com a luz desta santa cidade, diz S. João: "As nações caminharão à sua luz.

    MEDITAÇÃO

    PEDE LEITE.

    Recebeu-me novamente a querida Mãe, estreitou-me ao coração e eu para consolá-la mais, fiz-lhe compreender como tinha necessidade de algum conforto, e por isso ela me refizesse com o seu leite puríssimo. Fê-lo a dileta Mãe com grande consolação de sua alma. Antes. contudo, de aleitar-me, pôs-se de joelhos. Isto eia o fazia todas ãs vezes. pedindo a benção ao Pai e rogando-lhe permissão. E porque era tão humilde, jamais ousava fazer coisa alguma sem primeiro pedir licença a meu Pai. Principalmente quando tinha de dar-me o leite, reputando-se indigníssima para tal, fazia primeiro muitos atos de humildade e humilhação de si mesma, os quais eram muito agradáveis a meu Pai e a mim. Ao mesmo tempo que eu tomava o leite, suplicava ao Pai se dignasse enche-la de nova graça. O Pai o fazia com muita liberalidade e saciando-lhe a alma de graça, fazia repercutir ainda no corpo a saciedade de tal modo, que muito de leve se alimentava, porque não sentia necessidade alguma de alimento corporal. Frequentemente fruindo das graças divinas, também a sua humanidade era muito confortada e revigorada, bem mais do que se ela se houvesse nutrido das mais esquisitas iguarias que possam se encontrar no mundo. No entanto, suplicava ao Pai que assim como concedia a minha humanidade a restauração, assim se dignasse dá-la igualmente aos meus irmãos necessitados, que eu via então. Agradecia- ao Pai, que nisto se mostrava muito liberal, por aquilo que se dignara d devia por parte de todos os meus irmãos, que com tanta e ainda agra. tanta liberalidade por Ele eram providos.

    PEDE PARA REPOUSAR NO CHÃO,

    Depois de haver-me alimentado e dado as devidas graças ao Pai, fiz minha dileta Mãe entender que queria descansar um pouco, tendo disso a minha humanidade muita necessidade, e por isso me colocasse no chão, pois queria ficar no chão para repousar e privar-me do consolo que sentia ao descansar nos seus braços. A este aviso, a Mãe dileta encheu-se de dor, não tanto por ficar privada de ter-me no coto, quanto pela compaixão sentida em ter de me colocar sobre a terra nua. Tanto mais que a estação estava muito fria e a casa exposta ás intempéries da estação e muito estragada. Obedeceu, contudo, e pôs-me no chão para descansar. Ela e Seu esposo José, genuflexos, ficaram diante de mim, e com muitas lágrimas estavam me contemplando. tendo O coração oprimido de dor ao verem-me daquela maneira, com tanto padecimento. Mas, era vontade de meu Pai que suas almas, tendo recebido muita consolação, experimentassem então grande amargura, embora com muita resignação à vontade divina. Tal foi o teor de vida de minha Mãe querida enquanto viveu na terra. Teve grandes consolações ao tratar comigo, ao criar-me, ao dar-me seu leite; mas teve ainda pesadíssimas tribulações, e sofreu grandes angústias ao ver-me sofrer tanto. Estas angústias e trabalhos, porém, faziam-na merecer muito, porque os sofria com grande resignação, e conformava-se inteiramente com a vontade divina, e assim dava muita alegria a meu Pai e a mim. Estava eu, esposa minha, deitado na terra; grande compaixão. Repousava a minha humanidade e tratava com meu Pai dileto, que muito se comprazia em ver-me em tanta pobreza e miséria. Dizia a meu Pai: "Eis, o Pai amantíssimo, o vosso Filho Unigênito jazendo por terra, humilhado, identificado ao pó! Dignai-vos olhar-me com amor, uma vez me sujeito a esses padecimentos por vosso amor e pela salvação do gênero humano! Fique por estes meus sofrimentos satisfeita a vossa justiça e aplacada a vossa ira, inflamada pela malícia de vossos filhos adotivos, meus irmãos ingratos! Satisfaça-se em mim, com todo o rigor, vossa justa cólera, enquanto protesto querer satisfazer por todos os débitos que os meus irmãos contraíram com vossa divina majestade! Eis-me pronto, ó dileto Pai, a dar-vos a satisfação que vós de mim quereis. É bem razoável, que eu como vosso Filho obediente. vos dê toda a satisfação que de mim exigis. Mas, vos suplico, Pai misericordioso, ter piedade de todos os meus irmãos. Perdoai a todos, e usai para com eles de vossa infinita misericórdia, e principalmente para com aqueles que vo-la pedem. Eu, agora, vo-la peço por todos, sem excetuar nem um só, enquanto por todos me humanai," Terminada minha sú-plica, fez-me ver o dileto Pai como realizava os meus desejos com toda a liberalidade, ficando aplacado e satisfeito quanto a tudo o que pertencia à sua justiça, e como se inclinava benignamente para o gênero huma-no, a fim de usar em seu favor da infinita misericórdia, e quem quisesse se salvar o pudesse, pois realizava Ele perfeitamente quanto por mim lhe fora requerido. Mas, fez-me ver a multidão inumerável de meus irmãos que abusariam de sua grande misericórdia e por culpa própria se condenariam. A esta vista prorrompi em copioso pranto, derramando muitas lágrimas de compaixão para com aquelas almas infelizes e desgraçadas que abusariam de tão grande misericórdia e bondade. Vendo-me em tamanha aflição, o Pai dileto consolou-me, declarando-me a complacência que depositava em minha pessoa, o grande prazer que eu lhe dava e como ainda muitas al-mas recuperariam a graça e se salvariam por meio de minhas súplicas; ofereceu-se Ele a dar-lhes a sua graça potente, à qual muitas delas não resistiriam. Ficando com isto um tanto confortado, enxuguei as lágrimas, as quais havia oferecido ao Pai em desconto por meus irmãos. eu Pai, estavam minha dileta Mãe e seu .Enquanto falava assim, movia de compaixão minha mãe e seu esposo José prostrados por terra, com aflição, cuja causa desconheciam, por ver-me em tão grande sofrimento, algumas vezes a causa, minha mãe sabia, porém, minha dileta Mãe a Pai lhe escondia, para minha dor, enquanto em outras, também esta mais, porque se não sabia a causa a fazia sofrer mais e com isto merecer mais dor, pois vinha-lhe a dúvida de ser grande a minha aflição, e então mais se inquietava e ficava muito angustiada.

    NOS BRAÇOS DE MARIA.

    Enquanto eu jazia por terra com frio, pedi ao Pai se dignasse dar algum conforto àquelas duas almas atribuladas por minha causa e ainda algum alívio a meus membros doloridos que, por terem estado tanto tempo por terra e com grande frio, estavam muito precisados de alivio. Com toda a benignidade condescendeu meu Pai e fez com que os anjos preparassem o fogo que jamais havíamos visto. Fiz eu com os olhos sinal à querida Mãe de que me levantasse do chão onde jazia, e me tomasse nos braços. o que ela não ousava fazer, antes que lhe fosse mandado. E falei-lhe ainda ao coração com grande ternura que, com toda a liberdade, me tomasse e com isso se consolasse a Mãe aflitíssima. De fato, tomou-me afetuosamente, e com seu esposo José avizinhou-se do pequeno fogo que lá estava preparado pelas mãos dos anjos. Ambos sentaram-se no chão, por não haver outro assento e aqueciam-se. porque estavam muito transidos de frio. Estava eu nos braços da dileta Mãe, diante de José e com a minha presença consolava-os muito. Ora fitava a urna, ora a outro, com olhos amorosos e serenos. que efetivamente teriam trazido alegria a todo o Paraíso. Sentia minha humanidade algum conforto em receber aquele calor que o fogo me ministrava, e muito mais consolava-me o calor natural que saía do peito, inflamado de amor para comigo, de minha dileta Mãe. Enquanto estava assim aquecendo-me e consolando a Mãe com José, agradecia ao Pai, e suplicava-lhe que, assim como se dignara dar-me esse consolo a mim, a minha Mãe e a José se dignasse oferecer socorro e dar refrigério e consolo a todos os meus irmãos que se encontrassem em semelhante necessidade, principalmente quando se achavam em extrema pobreza e também com aflição de espirito, como nos encontrávamos nós naquele tempo. O Pai me prometeu fazê-lo e então se fizeram presentes a meu espírito todos os padecimentos pelos quais haveria de passar e a que estariam sujeitos todos os meus irmãos. por mim contemplados com grande compaixão. Tanto mais orava por eles quanto o estava experimentando em minha humanidade. Via, esposa minha. como sofreriam muitos com paciência. Mas muitos, sofrendo forço-semente e com impaciência, perderiam o mérito. Daí, eu orava principalmente por estes ao Pai, a fim de que lhes desse virtude e graça para sofrerem voluntariamente e com paciência por seu amor, à imitação de mim; que se dignasse em tudo consolá-los para que se animassem mais a sofrer, como de fato o faz o Pai dileto. Deveras, não existe no mundo pessoa, por pobre, aflita ou atribulada que seja, que outro tanto não vá experimentando as misericórdias e a providência divinas, quer no temporal, como no espiritual. Estando, portanto, assim retirado naquele pequeno asilo desprovido de todo socorro humano, fruíamos do socorro divino. Mas isto, só se experimentava em casos de extrema necessidade, porque quando era possível encontrar humanamente, valíamo-nos dos meios humanos, não reclamando de meu Pai semelhantes milagres, porque de fato havia vindo ao mundo para sofrer tudo e de tudo, e experimentar todas as necessidades a que se teriam sujeitado meus irmãos.

    A REFEIÇÃO FRUGAL.

    Havendo estado par algum tempo assim, recebendo algum alívio em minha humanidade e consolando a alma de Maria e de José. rendemos juntos graças a meu Pai por tudo o que se dignara conceder-nos; a querida Mãe e José tiveram algum alivio, alimentando-se daquilo que José havia obtido em esmola. Embora fosse um pouco de pão e outras coisas mesquinhas, não obstante parecia-lhes uma comida régia. Encontravam nela tanto sabor. porque sia a minha presença já os reconfortava e servia de condimento a todos os seus alimentos, que eram na maio-ria dos casos somente pão e água. Estava mirando-os com amor e como se estivesse aproveitando daquela sua refeição. mostrava-ires, com meu aspecto. grande alegria. A complacência e o gosto que sentia com isto, oferecia-o ao Pai, em suplência por meus irmãos, principalmente por aqueles que, vende o próximo provido e socorrido pelo Pai, em vez de se ale-grarem e regozijarem-se com isto, e também recordarem-se de agradecer ao Pai, antes se entristecem. Sendo isto assaz abominável e odiosa ao Pai. e como os meus irmãos faltariam muito neste ponto, eu. que já o Previa, rezava muito ao Pai, impetrando-lhes misericórdia e oferecendo ao Pai por eles a complacência e o gosto que eu tinha, a fim de que com isto se apla-casse meu Pai, com justiça irado contra eles por causa de sua perversidade e malícia, e muito mais pela dureza de seus corações, que de fato se mostram nisto bem semelhantes às feras mais selvagens. Ficava cada vez mais aplaudo e satisfeito meu Pai, e eu muito me consolava vendo a sua complacência em tudo o que eu fazia em prol de meus irmãos. Depois de alimentados, juntos deram as devidas graças ao Pai e eu fazia o mesmo, unindo seus agradecimentos aos meus» Ofereci-os ao Pai e eram-lhe muito gratos.

    SANTO RETIRO

    A querida Mãe e seu esposo José passaram alguns dias segundo este modo de viver naquela casa,e quase num santo retiro, estavam em contínua oração, Não houve quem viesse vê-las e oferecer-lhes algum socorro, Esquecidos de todos, mas muito favorecidos por meu Pai. Havendo decorrido alguns dias assim, em divina contemplação e nos louvores divinos, começou José a procurar serviço na cidade. querendo exercer seu oficio e obter algum conforta para sua esposa; ainda, achar para a mesma algum trabalho com o qual pudesse ganhar o sustento. Tudo encontrava e tinha bom êxito, embora com grande dificuldade e aborrecimento, porque as mais das vezes era maltratado por aquela gente feroz e bárbara. Enquanto estávamos naquele retiro, oferecia ao Pai as orações, a solidão e o retiro, e pedia-lhe se dignasse inspirar ao coração de meus irmãos semelhante exercício e que, no meio da multidão dos cuidados mundanos, se retirassem à solidão para orar e tratar do negócio importantíssimo de sua eterna salvação. Assim corno pratiquei isso com minha dileta Mãe e José, no meio de gente bárbara, assim não desdenhassem praticá-lo eles, por mais que se encontrem entre homens pecadores e mundanos tanto mais que aquilo que eu realizava para o bem deles, e o que eles mesmo fazem, deve servir-lhes para a própria utilidade, Prometeu-me o Pai fazê-lo, tanto mais que tal retiro é muito necessário para a salvação deles. Realmente, o vai praticando; não deixa de inspirar ao coração de todos, também que se apartem das preocupações mundanas. retirem-se para cuidar da própria alma, e tratar com Ele sobre a causa importante da salvação eterna. mas, são poucos os que dão ouvidos às Inspirações divinas.

    O coração se fascina tanto pelos cuidados mundanos e as comodidades, que elas deixam correr com o que se relaciona com a alma, e parece que conseguem persuadir-se e tratarem do negócio da própria salvação eterna. Oferecia eu aquele meu retiro ao Pai, por aqueles que não se , convencem do fazê-lo, para que com Isto o Pai lhes concedesse novos estímulos para o coração e novas inspirações, de modo que se rendessem aos chamados divinos. Corno, de fato, há muitos que, depois de grande resistência, no fim se dão por vencidos, e correspondem a tudo o que meu Pai lhes inspira.

    OPERA A SALVAÇÃO DOS IRMÃOS.

    Continuando ali com esta foma de vida, não deixei passar momento algum sem trabalhar junto de meu Pai pela salvação de meus irmãos, impetrando-lhes muitas graças. José exercia seu ministério, como também minha querida Mãe, trabalhando em alguma coisa para sustentar-se. Mas a maior ocupação deles era estar contemplando a minha pessoa, e pensar em fazer-me tudo aquilo de que podia precisar, atentos à realização de minha vontade. Oferecia ao Pai sua solicitude, e a que eu tinha por dar-lhe glória, agradecer-lhe, bendizê-lo e louvá-lo e suplicava-lhe desse aos meus irmãos solicitude semelhante para com Ele, isto é, que seu pensamento e ocupação maior fosse primeiro procurar a glória de meu Pai, bendizê-lo, louvá-lo e agradecer-lhe, e depois fazer aquilo que era preciso para a própria manutenção. Oferecia a minha solicitude em suplência das omissões da maioria de meus irmãos. Meu Pai a aceitava e prometia-me dar muitas graças a meus irmãos, a fim de que pudessem, todas as vezes que o quisessem, fazer tudo aquilo que eu por eles lhe suplicava. E Ele me prometia. Oh! esposa minha! Quantas graças então obtinha para os meus irmãos! Quantas luzes e quantos favores, quanta misericórdia lhes impetrava! Depois via muito bem que eles abusariam disto e não lhe dariam importância alguma. Apesar disto, jamais deixei de fazer o mesmo, sem considerar de modo algum, sua ingratidão e o desamor que tivessem tido contra mim, sem qualquer estima por tudo o que realizava em prol de sua salvação. E como esta ingratidão e descortesia desagradavam muito a meu Pai, oferecia-lhe a gratidão que tinha para com Ele, em suplência das omissões deles e com Isto meu Pai ficava muito satisfeito. Como é monstruoso, de fato, ver o amor dedicado por meu Pai ao gênero humano, e quanto fiz e realizei para merecer-lhes a vida eterna, e eles ficam de tal modo esquecidos de tantos benefícios, favores e graças que nem ao menos se recordam de um ato de agradecimento a meu Pai e a mim, Na verdade, sua contínua ocupação deveria ser justamente esta: louvar e agradecer a meu Pai por tudo quanto lhes dispensa e imitar-me com a maior perfeição possível. Mas, empenham-se em tudo, menos em fazer isto. O mal está em que o dano é deles mesmos; privam-se de uma multidão de graças e de misericórdias que meu Pai faria chover sobre eles, se eles se mostrassem gratos, e correspondessem a seu amor infinito.

    MORTICÍNIO DOS INOCENTES.

    Via depois, enquanto estava aqui morando, o morticínio cruel dos inocentes que Herodes praticou para dar-me a morte também a mim. Ignorando quem eu era, matou a todos esperando apanhar-me também entre eles. Oh! quanto me afligia sua crueldade para com os meninos e o ódio mortal que me tinha, sem fundamento algum. Oprimia-me ainda muito a angústia das pobres mães e, ouvindo seu choro e o dos meninos, punha-me também a chorar. Atravessavam-me o Coração os lamentos das mães desconsoladas, sendo de Coração muito suave e benigno, Inteiramente amor. Sentia multa dó ao vê-las tão atribuladas por minha causa. Elevavam suas vozes lacrimosas até as estrelas. E na verdade. chegavam a penetrar nos ouvidos de meu Pai e em meu Coração! Mas não era conveniente conceder-lhes a graça que ambicionavam. O coração de Herodes estava tão obcecado pela paixão que não se deteve Jamais diante das inspirações divinas, mas quis que se executasse a ordem cruel e injusta_ Não se saciou. nem se aplacou enquanto não viu o morticínio universal de todos os meninos inocentes. Oferecia a compaixão que por eles tinha a meu Pai e pedia-lhe que se dignasse consolar as mães aflitas, como efetivamente fazia. dando-lhes graça particular, inspirando a seus corações que sofressem a angústia por seu amor e sacri-ficassem seus filhos como vítimas à morte. a fim de que se acelerasse a vinda do Messias, por elas muito esperado. Com este pensamento iam se consolando muito as mães aflitas. Via as almas de todos aqueles me-rimos que eram mortos por minha causa, e todos, antes de descerem ao Limbo, vinham a mim para reconhecer-me como seu Deus e Redentor, adoravam-me e com a minha bênção partiam, fazendo-me muitos atos de homenagem e gratidão pela bela sorte que lhes coubera de morrer por meu amor. Eu dava-lhes grandes demonstrações do amor que lhes dedicava, animando-os a irem de bom grado para o Limbo, porque logo iria tirá-los de lá. depois de minha morte, e conduzi-los ao Reino celeste. Eles partiam jubilosos. Agradecia depois a meu Pai que se comprazia em enviá-los a mim, antes de todos. como um dom. Morrendo por meu amor, se haviam tornado dignos de entrar no Reino dos céus, para seguir-me aonde quer que fosse. O Pai fazia-me tal dom, a fim de que eu sofresse de bom grado cada vez mais, vendo que já começava a colher o fruto de meus padecimentos. Experimentava grande consolo ao ver aquelas almas livres ria escravidão do pecado, e já feitas herdeiras daquela glória que eu viera lhes merecer por meio de minha Paixão e morte dolorosa. Agradecia ao Pai o que Ele realizava. Oferecia-lhe minha consolação e alegria e suplicava-lhe se dignasse fazer coisa semelhante a meus irmãos. Quando afligidos e angustiados par pessoas iníquas, perseguidos e até mortos, Ele fizesse com que todas essas perseguições e angústias lhes obtivessem bastante glória e consolo, merecessem para eles a posse do Paraiso. Quanto maiores forem as perseguições, as penas, os trabalhos. tanto maior seja a glória que lhes esteja preparada no céu. Tudo isto prometeu-me o Pai. Pedi-lhe, ainda que, se Ele permitisse a tribulação, quando as pessoas iníquas se erguessem com soberba e atribulassem e oprimissem os inocentes, desse a estes últimos tanta graça e virtude que recebessem tudo de suas mãos e tudo suportassem de boa vontade por seu amor e para adquirirem o Reino eterno, uma vez que lá não entram senão os que passam par muitas tribulações e pelo caminho da cruz e dos trabalhos, conforme eu também passei: e que Ihes desse verdadeira luz e sentimento para abraçarem aquelas penas e tribulações e reconhecerem-nas como graças particulares, dispensadas por sua liberalidade, para merecerem glória imensa no Reino dos céus. O Pai mostrava-se pronto a conceder todas essas graças. luzes e favores aos meus irmãos fiéis e muito mais àqueles de boa vontade, que tinham desejo de sofrer por seu amor e para imitar-me a mim, exemplo para eles. Mas, fazia-me ainda ver a grande multidão daqueles que atormentados pelos perversos, com permissão de meu pai, tinham de sofrer e de se exercitar na virtude e obter méritos ao sofrer e se impacientam contra quem os domina, não querendo estar sujeitos a nenhum sofrimento e perseguição, irritarem-se contra o meu Pai por permitir que o povo fosse oprimido pelas malvadas perseguições. Sentia grande compaixão e muito me afligia por esta cegueira, causada pelo amor próprio e a pouca fleuma peio sofrimento. Deveriam considerar antes que todas as consolações que o mundo pode lhes dar só trazem algum alívio à carne, mas depois precipitam a alma num abismo de misérias. O sofrimento, porém, eleva e espirito, enche a alma de virtudes sólidas e faria adquirir a vida eterna. Na verdade, quantos errados neste ponto, fogem do sofrimento, e não advertem que, fugindo do sofrimento, fogem também da ocasião melhor, preparada por meu Pai de adquirirem a glória eterna. Oh! Quanto me afligia esta cegueira verificada por mim na maior parta de meus irmãos. Por isso pedia com grande instância a meu dileto Pai que os iluminasse e fizesse conhecer a substância e doçura encontradas sob a dura casca do sofrer. O Pai não deixa, no entanto, de fazer-lhe a conhecer até mesmo através da experiência esta verdade, por mais que muitos não e queiram aceitar; e não querem entender o pensamento, embora por eles bem conhecido, de não poderem se esquivar daquelas perseguições. daquelas tribulações, daqueles padecimentos, daquelas perseguições. Portanto, deveriam ao menos fazer da necessidade virtude e assim conquistariam o mérito e o prêmio de seus padecimentos. Eu impetrava para todos multa graça neste particular. Na verdade, via ainda os efeitos adoráveis dessa em multas almas, mas muitas também os empregavam mal. Por parte das primeiras dava graças ao Pai, e quanto às segundas, rezava que tivesse delas compaixão e desculpasse-lhes a cegueira. Sem dúvida, alio dignas de compaixão por sofrerem forçosamente e sem adquirirem mérito algum, visto não quererem receber tudo das mãos do Pai, e servirem-se mal daquilo que deveriam usar para o bem e o proveito de suas almas.



    PARTE 1 PARTE 2
    12-24
    Outubro 23, 1917

    Primeiro ato que Jesus fez ao receber-se Sacramentado.

    (1) Esta manhã, depois de ter recebido o bendito Jesus estava dizendo-lhe: "Minha vida Jesus,
    diga-me, qual foi o primeiro ato que fez quando recebeu a Si mesmo Sacramentalmente".
    (2) E Jesus: "Minha filha, o primeiro ato que fiz foi o de multiplicar minha Vida em tantas Vidas
    minhas por quantas criaturas possam existir no mundo, a fim de que cada uma tivesse uma
    Vida minha unicamente para ela, que continuamente reza, agradece, dá satisfação, ama, por ela sozinha, como também multiplicava as minhas penas por cada alma, como se só por ela sofresse e não por outros. Naquele momento supremo de receber-me a Mim mesmo, Eu dava a todos, e a sofrer em cada um dos corações minha Paixão, para poder subjugar os corações por meio de penas e de amor, e dando-lhes todo o meu divino, vinha a tomar o domínio de todos.

    Mas, ai de mim! meu amor ficou desiludido por muitos e espero com ânsia os corações
    amantes, que recebendo-me se unam Comigo para multiplicar-se em todos, desejando e
    querendo o que quero Eu, para tomar ao menos deles o que não me dão os outros, e para
    receber o prazer de tê-los conforme meu desejo e a minha vontade. Por isso minha filha,
    quando me receberes faz o que fiz Eu, e Eu terei satisfação de que ao menos sejamos dois que
    queremos a mesma coisa".
    (3) Mas enquanto dizia isto, Jesus estava muito aflito, e eu disse-lhe: "Jesus, que tens tu que
    estás tão aflito?"
    (4) "Ai, ai, quantos males como torrente impetuosa inundarão os países, quantos males,
    quantos males! A Itália está a atravessar horas tristes, tristíssimas. Estreitem-se mais a Mim,
    estejam de acordo entre vós, rogai a fim de que os males não sejam piores".
    (5) E eu: "Ah! meu Jesus, que será do meu país? Não será que já não me queres como antes,
    porque me amando Tu perdoavas em algo os castigos".
    (6) E Ele quase chorando: "Não é verdade, te quero bem"

    13-25
    Outubro 18, 1921

    A perturbação da alma é noite e impede que desponte o Sol Jesus. A perturbação não é
    outra coisa que falta de abandono em Deus.

    (1) Passei o dia distraída por algumas coisas que escutei e que não é necessário dizê-las aqui,
    e também um pouco perturbada, e por quanto me esforçava não conseguia me libertar. Durante
    todo o dia não vi o meu doce Jesus, a vida da minha alma, como se a perturbação fosse um
    véu que, pondo-se entre Ele e eu, impedia o poder de o ver. Então, já avançada a noite, minha
    mente cansada se acalmou, e meu amável Jesus, como se estivesse esperando, se fez ver e
    sofredor me disse:
    (2) "Minha filha, hoje com tua turbação impediste que o sol de minha Pessoa despontasse em ti,
    a turbação é nuvem entre ti e Eu que impede que os raios desçam em ti, e se não baixam os
    raios, como podes ver o sol? Se soubesses o que significa não fazer despontar o meu sol, o
    grande mal para ti e para todo o mundo, estarias muito atenta a não te perturbar jamais, porque
    para as almas perturbadas é sempre noite, e na noite não surge o sol; em troca, para as
    pacíficas é sempre dia, e eu, a qualquer hora que queira surgir meu sol, a alma está sempre
    pronta a receber o bem de minha vinda. Além disso, a perturbação não é outra coisa que falta
    de abandono em Mim, e Eu quero-te tão abandonada em meus braços, que nem sequer um
    pensamento deves ter de ti, Eu pensarei em tudo. Não temas, teu Jesus não pode fazer menos
    que tomar cuidado de ti, ter-te defendida de todos, me custas muito, muito tenho posto em ti, só
    Eu tenho direito sobre ti. Então, se os direitos são meus, a custódia será toda minha, por isso
    fique em paz e não tema".

    14-23
    Abril 17, 1922

    O Querer Divino torna-se ator e constitui a alma rainha de tudo.

    (1) Continuando o meu habitual estado, encontrei-me fora de mim mesma e encontrei o meu
    doce Jesus, a minha vida, o meu tudo; dele saíam inúmeros sóis de luz que o circundavam. Eu
    voei no meio daquela luz, e lançando-me em seus braços o apertei forte, forte, dizendo-lhe:
    "Finalmente te encontrei, agora não te deixo mais. Você me faz esperar muito e eu sem Ti fico
    sem vida, mas sem vida não posso estar, por isso agora não te deixo mais". E apertava-o com
    mais força, por medo de que fugisse, e Jesus, como se estivesse a abraçar-me, disse-me:
    (2) "Minha filha, não temas, tampouco Eu te deixo mais, se você não sabe estar sem Mim,
    tampouco Eu sei estar sem ti, e para que esteja segura de que não te deixo, quero te acorrentar
    com minha mesma luz".
    (3) Eu estava tão imersa e entrelaçada na luz de Jesus, que me parecia que não poderia
    encontrar o caminho para sair dela. Como me sentia feliz e quantas coisas compreendia
    naquela luz, faltam-me as palavras para me expressar, só recordo que me disse:
    (4) "Filha de meu Querer, esta luz que você vê não é outra coisa que minha Vontade, que quer
    consumir tua vontade para te dar a forma de nossa imagem, isto é, das Três Divinas Pessoas,
    de modo que te transformando toda em Nós, deixaremos em ti nosso Querer como ator divino
    que nos semeie em nossas obras e nos dê a correspondência do que fazemos Nós, assim que
    sairão de Nós nossas imagens, e nosso Querer obrante em ti fará outro tanto.¡ Oh! como a
    finalidade da Criação será completada, o eco do nosso Querer será o eco do nosso Querer
    possuído por ti, a correspondência será recíproca, o amor será recíproco, estaremos em plena
    harmonia, a criatura desaparecerá em seu Criador e então nada faltará a nossa alegria, a nossa

    felicidade, pelas quais fizemos sair fora à Criação, o façamos ao homem a nossa imagem e
    semelhança terá seu efeito, e só nosso Querer, como atuante na criatura, dar cumprimento a
    todos os requisitos, e a Criação nos trará a finalidade divina e a receberemos em nosso colo
    como obra nossa, como a fizemos sair. E além disso, se não podes estar sem Mim, é o eco de
    meu amor que ressoa em teu coração, porque não sabendo estar sem ti, te chama e tu,
    sacudida, buscas Aquele que tanto te ama, e Eu ao ver-me buscado sinto o eco de teu amor no
    meu, e sinto-me atraído a enviar-te nova corrente de amor para que mais me procures".
    (5) E eu: "Ah! Meu amor, às vezes por quanto te busco Você não vem, por isso agora que te
    encontrei não te deixo mais, não voltarei mais a meu leito, não posso, muito me fez esperar e
    temo que retornando Você repetirá suas privações". E apertava-o com mais força, repetindo:
    "Não te deixo mais, não te deixo mais". E Jesus, se bem gozava dos meus abraços, disse-me:
    (6) "Filha amada minha, tu tens razão em que não podes estar sem Mim, sem a tua vida; mas, e
    da minha Vontade, que faremos? Desde que seja a minha vontade que te queira de volta à tua
    cama, não temas, eu não te deixarei; deixarei entre ti e eu a corrente da luz da minha vontade,
    e tu, quando me quiseres, tocarás a corrente da luz do meu Querer, e eu imediatamente sobre
    as asas dela virei a ti; por isso regressa, não por outra coisa, senão só para que meu Querer
    cumpra seus desígnios e faça o caminho que quer fazer em ti, te acompanharei eu mesmo para
    te dar a força de te fazer voltar".
    (7) Mas, mas, oh! bondade de Jesus, parecia que se não tinha meu consentimento, tampouco
    Ele queria me fazer voltar, e apenas disse: "Jesus, faça o que quiser". Encontrei-me em mim
    mesma.
    (8) Agora, todo o dia me senti circundada de luz, e quando o queria tocava a luz e Ele vinha. No
    dia seguinte me transportou para fora de mim mesma e me fazia ver todas as coisas criadas,
    das quais Jesus era não só o Criador e dominador, senão que dele saía a vida da conservação
    de todas as coisas, a corrente da potência criadora estava em contínua relação com elas, e se
    esta faltasse, todas as coisas se resolveriam no nada. Então meu doce Jesus me disse:
    (9) "À filha de meu Querer dar-lhe a supremacia sobre tudo, meu domínio e o seu devem ser
    um só, se Eu sou Rei, ela deve ser rainha, e se de tudo te dei conhecimento, é porque quero
    que não só conheça meus domínios, mas que junto comigo domines e concorras à conservação
    de todas as coisas criadas. Meu Querer, assim como se estende de Mim sobre todos, quero
    que se estenda desde ti".
    (10) Depois me fez notar um lugar no mundo do qual saía um fumo negro, e me disse:
    (11) "Olhe, ali há homens de estado que querem decidir a sorte dos reinos, mas fazem sem
    Mim, e onde não estou Eu não pode haver luz, não têm outra coisa que a fumaça de suas
    paixões que os cega principalmente, por isso nada de bom concluirão, mas todo o servirá para
    exasperar-se reciprocamente e suscitar mais graves consequências. Pobres povos, dirigidos
    por homens cegos e interessados, estes homens serão apontados como uma fábula da história,

    bons só para levar ruína e desordem, mas retiremo-nos, deixemo-los a expensas deles
    mesmos, a fim de que possam conhecer o que significa fazer sem Mim".
    (12) Então Ele desapareceu e eu me encontrei em mim mesma.

    15-24
    Maio 23, 1923
    A Vontade de Deus é plenitude, e quem nela vive deve concentrar tudo em si.

    (1) Suas privações continuam, e apenas tendo-se feito ver meu doce Jesus lhe disse:
    (2) "Diz-me meu amor, em que te ofendi que foge longe de mim? ¡ Ah! meu coração sangra pela
    intensidade da dor".
    (3) E Jesus: "Acaso te desviaste da minha vontade?"
    (4) E eu: "Não, não, o Céu me livra de tal desgraça".
    (5) E Ele: "E por que então me pergunta em que me ofendeu? A culpa entra quando a alma se
    subtrai de minha Vontade. Ah! minha filha, para tomar plena posse da minha Vontade deves
    concentrar em ti todos os estados de ânimo de todas as criaturas, e conforme passas um estado
    de ânimo, assim tomas o domínio. Isto aconteceu na minha Mãe e na minha Humanidade, quantas
    tristezas, quantos estados das almas estavam concentrados em Nós? Minha querida Mamãe
    muitas vezes ficava no estado da pura fé, e minha gemente Humanidade ficava como triturada sob o peso enorme de todos os pecados e penas de todas as criaturas, mas enquanto sofria ficava com o domínio de todos os bens opostos a esses pecados e penas das criaturas, e minha amada Mãe ficava Rainha da fé, da esperança e do amor, dominadora da luz, tanto de poder dar fé, esperança, amor e luz a todos. Para dar é necessário possuir, e para possuir é necessário concentrar em si aquelas penas, e com a resignação e com o amor mudar em bens as penas, em luz as trevas, em fogo as friezas. Minha Vontade é plenitude, e quem deve viver nela deve entrar no domínio de todos os bens possíveis e imagináveis, quanto a criatura é possível. Quantos bens não posso dar a todos, e quantos a minha inseparável mãe não pode dar? E se não damos demais é porque não há quem tome, porque tudo o sofremos, e enquanto estávamos na terra nossa morada foi na plenitude da Divina Vontade.
    (6) Agora cabe a você fazer nosso mesmo caminho e morar onde Nós moramos; você acredita que seja coisa de nada, ou como todas as outras vidas, ainda santas, o viver em Nosso Querer? ¡ Ah! Não, não, é o todo, aqui convém abraçar tudo, e se alguma coisa te escapa não podes dizer que vives na plenitude da nossa Vontade, por isso sê atenta e segue sempre o voo no meu Eterno
    Querer".

    16-24
    Outubro 16, 1923
    Para que a Divina Vontade desça à terra, é necessário que a vontade humana suba ao Céu, e
    para subir ao Céu é necessário Esvaziá-la de tudo o que é humano.

    (1) A dor da privação do meu Jesus concentra-se mais no meu pobre coração. Que longas noites
    sem Ele, sem Jesus me parecem noites eternas, sem estrelas e sem sol, só me resta se amável
    Querer onde me abandono e encontro meu repouso nas densas trevas que me circundam. E Jesus,
    Jesus, vem ao meu coração dilacerado, pois não posso mais sem Ti! Então, enquanto nadava no

    mar imenso da dor de sua privação, meu Jesus movendo-se dentro de mim, e segurando as min-
    has mãos nas suas ele apertou-as fortemente ao seu coração e disse-me:

    (2) "Minha filha, para descer a minha Vontade à terra, é necessário que a tua vontade suba ao Céu,
    e para subir ao Céu e viver na pátria celestial é necessário esvaziá-la de tudo o que é humano, de

    tudo o que não é santo, puro e reto. Nada entra no Céu a fazer vida comum com Nós, se não é tu-
    do divinizado e transformado tudo em Nós; nem minha Vontade Divina pode descer à terra e

    desenvolver sua Vida como em seu próprio centro, se não encontrar a vontade humana vazia de
    tudo, para enchê-la de todos os bens que meu Querer contém. Ela não será outra coisa que um
    véu sutilíssimo que me servirá para me cobrir e habitar dentro, quase como hóstia consagrada, na
    qual eu formo a minha vida, faço todo o bem que quero, rezo, sofro, gozo, e a hóstia não se opõe,
    deixa-me livre, seu ofício é prestar-se a ter-me escondido e em silêncio aderir a conservar a minha
    Vida Sacramental.
    (3) Este é o ponto onde estamos, seu querer entrar no Céu, e o meu a descer à terra; por isso o
    seu não deve ter mais vida, não deve ter razão de existir. Isto aconteceu a minha humanidade, que

    enquanto tinha uma vontade humana, esta estava toda atenta a dar vida a a Vontade Divina, ja-
    mais se arbitrou por si só, nem sequer respirar por si só, senão que mesmo o Eu dava e tomava na

    Vontade Divina, e por isso o Querer Eterno reinou em mim Humanidade como no Céu assim na
    terra, nela fez sua Vida terrestre, e minha vontade humana, sacrificada toda à Divina, impeliu que a
    tempo oportuno descesse à terra para viver no meio das criaturas como vive no Céu. Não queres
    tu dar o primeiro lugar na terra à minha vontade?"
    (4) Agora, enquanto dizia isto, parecia-me encontrar-me no Céu, e como que a partir de um ponto
    só via todas as gerações, e eu, prostrando-me ante a Majestade Suprema tomava seu mútuo amor,
    sua adoração perfeita, a santidade sempre uma de sua Vontade, e as oferecia em nome de todos
    como correspondência do amor, da adoração e da submissão e união que cada criatura deveria ter
    com seu Criador. Queria unir Céu e Terra, Criador e criatura, a fim de que se abraçassem e se
    dessem o beijo da união de suas vontades. Então meu Jesus tem adicionado:
    (5) "Esta é a tua tarefa, viver entre nós e fazer teu tudo o que é nosso e dá-lo a nós por todos os

    teus irmãos; então nós, atraídos pelo que é nosso, podemos ficar vinculados com as gerações hu-
    manas e lhes dar de novo o beijo supremo da união da sua vontade com a nossa, beijo que lhe

    demos na Criação".

    17-23
    Novembro 27, 1924

    A imutabilidade de Deus, e a mutabilidade das criaturas.

    (1) Estava pensando na imutabilidade de Deus e na mutabilidade das criaturas. Que diferença!
    Agora, enquanto eu pensava assim, meu sempre benigno Jesus se moveu dentro de mim dizendo:.
    (2) "Minha filha, olha, não há ponto onde meu Ser não se encontre, não tenho para onde me
    mover, nem à direita, nem à esquerda, nem adiante, nem atrás; nenhum vazio existe que não
    esteja cheio por Mim. Minha firmeza, não encontrando ponto onde não esteja Eu, sente-se

    inabalável; é minha Imutabilidade eterna. Esta imutabilidade imensa me faz imutável nos prazeres,
    o que eu gosto, eu gosto sempre; imutável no amor, no gozar, no querer, amada uma vez uma
    coisa, gozada, querida, não há perigo de que me mude, para mudar deveria restringir minha
    imensidão, o que não posso nem quero. Minha imutabilidade é a auréola mais bela que coroa
    minha cabeça, que se estende sob meus pés, que presta eterna homenagem a minha Santidade
    imutável. Diga-me, há algum ponto onde você não me encontre?".
    (3) Enquanto dizia isto, diante de minha mente se fazia presente esta imutabilidade Divina, mas
    quem pode dizer o que compreendia? Temo dizer desatinos e por isso melhor passo adiante.. Ao
    me falar depois sobre a mutabilidade da criatura me dizia:.
    (4) "Pobre criatura, como é pequeno seu lugarzinho! E além de pequeno não é nem sequer estável
    e fixo seu lugar, hoje em um ponto, amanhã atirada a outro; esta é também a causa de que hoje
    ama, lhe agrada uma pessoa, um objeto, um lugar, e amanhã muda e talvez até despreze o que
    ontem lhe agradava e amava. Mas você sabe o que torna a pobre criatura mutável? A vontade
    humana a torna volúvel no amor, nos prazeres, no bem que faz. A vontade humana é aquele vento
    impetuoso que move a criatura como uma cana vazia a cada sopro, ora à direita, ora à esquerda.
    Por isso ao criá-la quis que vivesse da minha Vontade, a fim de que detendo este vento impetuoso
    da vontade humana, a fizesse firme no bem, estável no amor, santa no agir; queria fazê-la viver no
    imenso território da minha Imutabilidade, mas a criatura não se contentou, quis seu pequeno
    lugarzinho e se tornou o brinquedo de si mesma, dos demais e de suas mesmas paixões. Por isso
    rogo, suplico à criatura que tome esta minha Vontade, que a faça sua a fim de que retorne àquela
    Vontade imutável de onde saiu, a fim de que não mais volúvel se torne, senão estável e firme. Eu
    não me mudei, por isso a espero, a anseio, a quero sempre em minha Vontade".

    18-25
    Fevereiro 18, 1926
    Cada manifestação sobre a Vontade Divina é uma bem-aventurança que brota de Deus, e
    cada ato de vontade humana rejeita estas bem-aventuranças.

    (1) Sentia-me oprimida por tantos pensamentos que giravam em minha mente, com o agregado da
    privação de meu doce Jesus; e enquanto lutava entre a esperança de que não me teria deixado por
    longo tempo sem Ele, e entre o temor de não vê-lo mais, O meu amável Jesus surpreendeu-me e
    encheu-me toda de Si mesmo, de modo que não me via mais a mim, mas apenas a Jesus, que
    formava em torno Dele um mar imenso de muitas chaminhas, e estas eram todas as verdades que
    se referiam à Divindade e ao seu amável Querer. Eu teria querido tomar aquelas chamas para
    conhecer Aquele que é tudo para mim e fazê-lo conhecer por todos, mas que, em algumas coisas
    não encontrava as palavras humanas para expressá-las, onde a pequenez de minha mente não as
    podia conter, onde o infinito que não me era dado abraçar, onde o imenso no qual eu ficava
    dispersa. De tudo compreendia alguma coisa, mas, ai de mim! a linguagem celeste é muito
    diferente da linguagem terrestre, portanto não encontrava as palavras adequadas para fazer-me

    compreender, muito mais que estando com Jesus eu tenho a mesma linguagem dEle, nos
    compreendemos de maravilha os dois, Mas retirando-se Jesus e encontrando-me em mim mesma,
    sinto tal mudança, que com dificuldade posso dizer alguma coisa, e talvez meia deforme e
    balbuciando como uma pequena menina. Então, enquanto nadava naquele mar de chagas, meu
    amado Jesus me disse:.

    (2) "É justo que a pequena recém-nascida de meu Querer Supremo tome parte nas bem-
    aventuranças, alegrias e felicidade d'Aquele que a trouxe à luz. Todas estas chagas que Tu vês no

    mar interminável da Minha Vontade, são símbolos das bem-aventuranças, alegrias e felicidade
    secretas que Ela contém; digo secretas porque não tendo manifestado ainda a plenitude do
    conhecimento que o Querer Eterno contém, nem havendo disposições convenientes nas criaturas
    para as manifestar, todas estas bem-aventuranças estão ad intra na Divindade, esperando que
    sejam tiradas fora para quem devia nascer, viver e fazer vida em nosso Querer sem interrupção
    alguma, Porque sendo uma sua vontade com a nossa, todas as portas divinas estão abertas e os
    nossos mais íntimos segredos revelados, as alegrias e as bem-aventuranças tornam-se comuns,
    porque criatura é possível. Portanto olha minha filha, cada manifestação que te faço sobre minha
    Vontade é uma bem-aventurança que brota do seio da Divindade, a qual não só te faz feliz e te
    dispõe principalmente a viver em meu Querer, senão que te prepara a outros novos
    conhecimentos, e não só isto, senão que todo o Céu fica inundado daquela nova bem-aventurança
    que saiu de nosso seio. Oh, como te agradecem e rogam que Eu continue as manifestações sobre
    minha Vontade! Estas bem-aventuranças foram encerradas em Nós pela vontade humana, e cada
    ato de vontade humana é um fechamento a estas bem-aventuranças celestes, não só no tempo
    mas também na eternidade, Porque cada ato da minha vontade feito na terra lança a semente na
    alma daquela bem-aventurança que deverá gozar no Céu, sem a semente é inútil esperar a planta.
    Por isso te quero sempre mais dentro em meu Querer"..

    19-25

    Maio 31, 1926

    Diferença entre quem vive no Querer Divino
    e entre quem está resignado e submetido. A primeira
    é sol, a outra é terra que vive dos efeitos da luz.

    (1) A luz do Divino Querer continua me envolvendo, e minha pequena inteligência enquanto nada
    no mar imenso desta luz, apenas pode tomar alguma gota de luz e alguma pequena chama das
    tantas verdades, conhecimento e felicidade que contém este mar interminável do Eterno Querer, e
    muitas vezes não encontro as palavras adequadas para colocar no papel aquele pouco de luz, digo
    pouco em comparação ao tanto que deixo, porque a minha pequena e pobre inteligência toma
    quanto basta para me encher, o resto devo deixá-lo; acontece como a uma pessoa que se lança no
    mar, ela fica toda banhada, a água lhe corre por todas as partes, até nas vísceras, mas saindo do
    mar, O que traz consigo de toda a água do mar? Pouquíssimo, e quase nada em comparação com
    a água que permanece no mar; e por ter estado no mar, pode talvez dizer quanta água contém,
    quantas espécies de peixes e sua quantidade que há no mar? Certamente que não, porém saberá
    dizer aquele pouco que viu do mar. Assim é minha pobre alma. Então meu doce Jesus, enquanto
    eu estava nesta luz saiu de dentro de mim e me disse:.
    (2) "Minha filha, esta é a unidade da luz da minha Vontade, e a fim de que tu a ames sempre mais
    e te confirmes maioritariamente nela, quero te fazer conhecer a grande diferença que há entre
    quem vive em meu Querer, na unidade desta luz, e entre quem se resigna e se submete a minha
    Vontade, e para te fazer compreender bem te darei uma semelhança no sol que está no céu: o sol,
    estando na abóbada dos céus, expande os seus raios sobre a superfície da terra; olha, entre a
    terra e o sol há uma espécie de acordo, o sol em tocar a terra e a terra em receber a luz e o toque
    do sol. Agora, a terra com receber o toque da luz submetendo-se ao sol, recebe os efeitos que
    contém a luz, e estes efeitos mudam a face da terra, fazem-na reverdecer, enchem-na de flores,
    desenvolvem-se as plantas, amadurecem os frutos e tantas outras maravilhas que se vêem sobre a
    face da terra, produzidas sempre pelos efeitos que contém a luz solar. Mas o sol, com dar seus
    efeitos não dá sua luz, mas sim, ciumento dela conserva sua unidade, e os efeitos não são
    duradouros, e por isso se vê a pobre terra agora florida, agora toda despojada de flores, quase a
    cada estação se muda, sofre contínuas mutações; se o sol desse à terra efeitos e luz, a terra se
    mudaria em sol e não teria mais necessidade de mendigar os efeitos, porque contendo em si a luz,
    chegaria a ser dona da fonte dos efeitos que o sol contém. Agora, assim é a alma que se resigna e
    se submete à minha Vontade, vive dos efeitos que há nela, e não possuindo a luz não possui a
    fonte dos efeitos que há no Sol do Eterno Querer, e por isso se vêem quase como terra, agora ricas

    de virtude, agora pobres, e se mudam a cada circunstância, muito mais que se não estão sempre
    resignadas e submetidas à minha Vontade, seriam como terra que não se quisesse fazer tocar pela
    luz do sol, porque se recebe os efeitos é porque se faz tocar por sua luz, De outra forma ficaria
    esquálida, sem produzir nem um fio de erva. Assim ficou Adão depois do pecado, ele perdeu a
    unidade da luz e portanto a fonte dos bens e efeitos que o Sol da minha Vontade contém, não
    sentia mais em si mesmo a plenitude do Sol Divino, não descobria mais nele aquela unidade da luz
    que o seu Criador lhe tinha fixado no fundo da sua alma, do que transmitindo-lhe a sua semelhança
    fazia dele uma cópia fiel dele. Antes de pecar, possuindo a fonte da unidade da luz com seu
    Criador, cada pequeno ato seu era raio de luz, que invadindo toda a Criação ia fixar-se no centro
    de seu Criador, levando-lhe o amor e a correspondência de tudo o que tinha sido feito por Ele em
    toda a Criação; era Ele que harmonizava tudo e formava a nota de acordo entre o Céu e a terra,
    mas assim que se subtraiu de minha Vontade, seus atos não eram mais como raios que invadiam
    Céu e Terra, mas se restringiram quase como plantas e flores no pequeno cerco de seu terreno,
    assim que perdendo a harmonia com toda a Criação, tornou-se a nota discordante de todo o criado,
    Oh, como desceu no baixo e chorou amargamente a unidade da luz perdida, que elevando-o sobre
    todas as coisas criadas fazia de Adão o pequeno deus da terra!.
    (3) Agora minha filha, pelo que te disse pode compreender que viver na minha Vontade é possuir a
    fonte da unidade da luz da minha Vontade, com toda a plenitude dos efeitos que nela há, assim
    que surge em cada ato seu a luz, o amor, a adoração, etc., que constituindo ato por cada ato, amor
    por cada amor, como luz solar invade tudo, harmoniza tudo, concentra tudo em si e como
    resplandecente raio leva ao seu Criador a correspondência de tudo o que tem feito por todas as
    criaturas e a verdadeira nota de acordo entre o Céu e a terra. Que diferença há entre quem possui
    a fonte dos bens que contém o Sol da minha Vontade, e entre quem vive dos efeitos dela! É a
    diferença que existe entre o sol e a terra; o sol possui sempre a plenitude da luz e dos efeitos, está
    sempre radiante e majestoso na abóbada do céu, não tem necessidade da terra, e enquanto toca
    tudo, ele é intangível, não se deixa tocar por ninguém, E, se alguém tivesse a ousadia de o fixar,
    com a sua luz o eclipsa, o cega e o lança por terra; mas a terra tem necessidade de tudo, faz-se
    tocar, despojar, e se não fosse pela luz do sol e seus efeitos seria uma tétrica prisão cheia de
    esquálida miséria. Por isso não há comparação possível entre quem vive em minha Vontade e
    entre quem se submete a Ela. Assim, a unidade da luz era possuída por Adão antes de pecar e não
    pôde recuperá-la mais estando em vida; dele aconteceu como terra que gira em torno do sol, que
    não estando fixa, enquanto gira se opõe ao sol e forma a noite. Agora, para o tornar fixo de novo e
    poder assim sustentar a unidade desta luz, necessitava-se de um Reparador, e Este devia ser
    superior a ele, necessitava-se uma força divina para o endireitar, eis a necessidade da Redenção..

    (4) A unidade desta luz a possuía minha Celestial Mamãe e por isso mais que sol pode dar luz a
    todos, e por isso entre Ela e a Majestade Suprema não houve jamais noite nem sombra alguma,
    senão sempre pleno dia, e por isso a cada instante esta unidade da luz de meu Querer fazia correr
    nela toda a Vida Divina que lhe levava mares de luz, de alegrias, de felicidade, de conhecimentos
    divinos, mares de beleza, de glória, de amor, e Ela como em triunfo levava ao seu Criador todos

    estes mares como seus, para lhe testemunhar seu amor, sua adoração, e para fazê-lo apaixonar-
    se por sua beleza, e a Divindade fazia correr outros novos mares mais belos. Ela possuía tanto

    amor, que como conatural podia amar por todos, adorar e suprir por todos, seus pequenos atos
    feitos na unidade desta luz eram superiores aos maiores atos e a todos os atos de todas as
    criaturas juntas, por isso a todos os sacrifícios, as obras, o amor de todas as outras criaturas se
    pode chamar pequenas chagas frente ao sol, gotículas de água em frente ao mar, em comparação
    com os atos da Soberana Rainha, e por isso Ela, em virtude da unidade desta luz do Supremo
    Querer, triunfou sobre tudo e venceu o seu próprio Criador e o fez prisioneiro em seu seio materno.
    Ah, só a unidade desta luz de meu Querer que possuía Aquela que imperava sobre tudo, pôde
    formar este prodígio nunca antes sucedido, e que lhe fornecia os atos dignos deste Prisioneiro
    Divino!.
    (5) Adão, ao perder esta unidade da luz, transtornou-se e formou a noite, as fraquezas, as paixões, para ele e para todas as gerações. Esta Virgem excelsa, sem jamais fazer sua vontade, esteve sempre direita e de frente para o Sol eterno, e por isso para Ela sempre foi dia e fez despontar o dia do sol de justiça para todas as gerações; Se esta Virgem Rainha não tivesse feito outra coisa senão conservar no fundo da sua alma imaculada a unidade da luz do eterno Querer, teria bastado para nos dar a glória de todos, e a correspondência do amor de toda a Criação. A Divindade, por Seu meio, em virtude de minha Vontade, sentiu-se retornar as alegrias e a felicidade que havia estabelecido receber por meio da Criação, por isso Ela pode se chamar a Rainha, a Mãe, a Fundadora, a Base e Espelho de minha Vontade, no qual todos podem olhar-se para receber dela a vida da minha vontade".
    (6) Depois disso eu me senti como embebida desta luz e compreendia o grande prodígio de viver
    na unidade desta luz do Querer Supremo, e meu doce Jesus, retornando acrescentou:.
    (7) "Minha filha, Adão no estado de inocência e minha Mãe Celestial, possuíam a unidade da luz de minha Vontade, não por virtude própria, senão por virtude comunicada por Deus, em troca minha humanidade a possuía por virtude própria, porque nela não só estava a unidade da luz do Supremo Querer, mas também havia o Verbo Eterno, e como Eu sou inseparável do Pai e do Espírito Santo, sucedeu a verdadeira e perfeita bifurcação, que enquanto permaneci no Céu desci no seio de minha Mãe, e sendo o Pai e o Espírito Santo inseparáveis de Mim, também Eles desceram junto comigo e ao mesmo tempo ficaram no alto dos Céus".

    (8) Agora, enquanto Jesus me dizia isto, veio-me a dúvida de se as Três Divinas Pessoas haviam
    sofrido as Três, ou bem só o Verbo, e Jesus retomou a palavra e me disse:.

    (9) "Minha filha, o Pai e o Espírito Santo, porque são inseparáveis de Mim, desceram junto Comigo, e Eu fiquei com Eles nos céus, mas o trabalho de satisfazer, de sofrer e de redimir o homem foi tomado por Mim; Eu, Filho do Pai, Aceitei o trabalho de reconciliar Deus com o homem. Nossa Divindade era intangível de poder sofrer a mínima pena, foi minha Humanidade que unida com as Três Divinas Pessoas em modo inseparável, a qual dando-se em poder da Divindade sofria penas inauditas, satisfazia em modo divino, e como a minha humanidade possuía não só a plenitude da minha Vontade como virtude própria, mas o mesmo Verbo, e por conseqüência da inseparabilidade, o Pai e o Espírito Santo, por isso superou em modo mais perfeito tanto a Adão inocente quanto a minha própria Mãe, porque neles era graça, em Mim era natureza; eles deviam tomar de Deus a luz, a graça, a potência, a beleza; em Mim estava a fonte de onde surgia luz, beleza, graça, etc., assim que era tanta a diferença entre Mim que era natureza, E entre a minha mãe em que era graça, que Ela estava ofuscada diante da minha humanidade. Por isso minha filha sê atenta, teu Jesus tem a fonte que surge e tem sempre que te dar, e tu sempre que tomar, por quanto possa te dizer acerca de minha Vontade, sempre tenho mais que te dizer, e não te bastará nem a curta vida do exílio, nem toda a eternidade para te fazer conhecer a longa história da minha Suprema Vontade, nem para te numerar os grandes prodígios que há nela"..

    20-24
    Novembro 14, 1926

    Como não seguir o Querer Divino na Criação, falta o reflexo de suas obras. Como são
    necessárias grandes graças para a Santidade do viver no Santo Querer.

    (1) Estava fazendo meus habituais atos no Querer Divino e pensava em mim: "Se eu passasse um
    dia sem fazer estes atos, qual seria o bem que perderia e o mal que faria?" E o meu sempre
    amável Jesus disse-me:
    (2) "Minha filha, sabes o que farias? Não fazendo teus atos em minha Vontade te faltaria o reflexo de toda a Criação, e faltando-te o reflexo, esse dia não se estenderia em ti o céu, nem surgiria o sol, nem correria em ti o mar, nem tua terra floresceria, nem se ouviria em ti a alegria, a música, o canto dos habitantes do ar, a doce sinfonia das esferas, minha Vontade não encontraria seu eco em ti, portanto sentiria a dor de que a pequena filha de seu Querer, esse dia não lhe deu a correspondência de um céu por seu amor, porque faltou o reflexo do seu; não lhe fez surgir o sol por correspondência de sua luz eterna; não lhe fez sentir correr o mar, nem ouvir seu doce murmúrio, nem o serpenteio dos mudos habitantes das ondas. A minha Vontade sentir-se-ia privada de todos os seus atos em ti, do reflexo das suas obras, e não poderia fazer eco em ti e na sua dor, diria: Ah! minha pequena filha hoje não me deu um céu como eu lhe dei Eu, nem sol, nem mar, nem flores, nem canto, nem música, nem alegria como eu lhes dei assim que saiu de minha semelhança, suas notas não harmonizaram com as minhas, Eu a amei com tantas manifestações e com amor incessante, ela não. Vê o que faria? A minha vontade não toleraria em ti, na sua pequena filha, o vazio das suas obras".

    (3) E eu, ouvindo isto, disse-lhe: "Meu Jesus, meu amor, que jamais seja que eu dê esta dor à tua
    adorável Vontade, Tu me ajudarás, me darás mais graça e eu estarei mais atenta para receber
    este reflexo, este eco que faz a tua Santa Vontade em toda a Criação, para corresponder com o
    meu". E Jesus continuando o seu falar acrescentou:
    (4) "Minha filha, tu deves saber que se necessitam grandes graças para poder formar na alma a
    santidade de viver em meu Querer, as demais santidades com pequenas graças se formam,
    porque não é uma Vontade imensa e eterna que devem abraçar e possuir, mas sim suas pequenas
    partículas, seus mandatos, sua sombra, ao contrário nesta devem possuir como vida própria minha
    Vontade, devem cortejá-la e fazer de seus atos, atos próprios, assim que se necessitam mares de
    graça para formar esta santidade; minha Vontade deve bilocar-se para estender seu mar no fundo
    da alma, e depois estender o outro mar de Si mesma para poder receber o que convém à sua
    santidade, à sua luz interminável, à sua imensidão sem confins. E a boa vontade da alma não é
    outra coisa que o fundo do mar, que formando a praia rodeia as águas para formar o mar. Minha
    filha, para sustentar e conservar uma Vontade Divina na alma, se necessita demasiado, e a
    Divindade, sabendo que a criatura não tem coisas equivalentes para uma Vontade tão santa, não
    poupa nada, tudo é posto nela à sua disposição para formar a santidade de viver no meu Querer. O
    próprio Deus faz de primeiro ator e espectador, a minha humanidade cede tudo, tudo o que fez,
    sofreu e adquiriu, que são mares sem fim, para ajuda desta santidade toda divina, a própria Mãe
    Rainha põe à disposição seus mares de graça, de amor e de dor como ajuda, e se sente honrada
    de que sirvam à Vontade Suprema para lhe fazer cumprir a Santidade do Fiat Eterno na criatura.
    Céu e terra querem dar e dão, porque sentindo-se todos investidos por esta Vontade, desejam,
    anseiam ajudar a afortunada criatura para fazê-la cumprir a finalidade da Criação, a origem da
    santidade que o Supremo Querer queria na criatura. Por isso por parte de teu Jesus nada te faltará,
    muito mais que é um desejo meu longamente querido, desejado e suspirado por seis mil anos, que
    queria ver na criatura nossa imagem copiada, nossa Santidade impressa, nossa Vontade obrante,
    nossas obras encerradas nela e cumprido nosso Fiat. Queria o prazer e tomar o gosto de ver na
    criatura nosso reflexo, de outra maneira a Criação seria para Nós sem deleite, sem entretenimento,
    sem harmonia; nosso eco não encontraria a via para ressoar, nossa santidade não encontraria
    onde imprimir-se, a nossa beleza onde brilhar, o nosso amor onde desabafar, a nossa sabedoria e
    mestria não encontrariam onde trabalhar e desenvolver-se. Portanto, todos os nossos atributos

    ficariam impedidos no seu trabalho, porque não encontrariam matéria apta para formar o seu
    trabalho, para ter o seu reflexo mas na alma onde reina a minha vontade, Ela a dispõe como
    matéria apta para fazer que todos nossos atributos possam desenvolver seu trabalho deleitável".

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